IPCA-15 acima do esperado eleva pressão sobre Copom

BC se reúne na próxima semana para definir nova Selic

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (Foto: Raphael Ribeiro/BCB)
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (Foto: Raphael Ribeiro/BCB)

A alta acima do esperado do IPCA-15 em janeiro deixou o mercado financeiro ainda mais apreensivo com a primeira reunião do Copom (Comitê de Política Econômica do Banco Central) de 2022. Espera-se um novo aumento na taxa Selic, que deve encerrar o ano próximo a 12%.

“Inflação mais alta indica uma piora do balanço de riscos e, assim, vemos uma necessidade de, talvez, o BC ainda pensar como comunicar que o ciclo pode se estender mais ou que o ritmo de alta pode continuar”, afirma Marcos Ross Fernandes, professor de economia da FGV e economista-chefe do Haitong.

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Apesar do mercado prever uma inflação acima da meta este ano e acima do centro da meta em 2023, o quanto ainda é tema de debate.

Segundo Ross Fernandes, tais questões adicionam complexidade na reunião do Copom na próxima semana.

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“No meu entendimento, o passo atual, de 1,5 ponto, é agressivo para o nível atual de Selic. Aumentar o juro em 1,5 ponto é algo forte”, afirma o professor.

Ele prevê o IPCA em 5,3% ao fim de 2022, com viés altista. Também considera que possíveis reduções nos impostos podem impactar o aumento de preços.

“Por mais que, na matemática, a intervenção possa reduzir a inflação, existe um componente das expectativas, que podem se deteriorar ainda mais”, diz o economista.

(Com Valor PRO)

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