IPCA registra deflação de 0,36% em agosto, aponta IBGE
Resultado ficou em linha com a expectativa do mercado, que projetava uma queda de 0,39% no mês
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou nesta sexta-feira (9) que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) registrou uma queda de 0,36% em agosto – a menor taxa para o mês desde 1998 (-0,51%). O resultado ficou em linha com a expectativa do mercado, que projetava um recuo de 0,39%.
Este foi o segundo mês seguido de deflação. A queda, no entanto, foi menos intensa do que a registrada em julho (-0,68%), quando a taxa foi a menor desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 1980.
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No ano, a inflação acumulada é de 4,39%. Já no acumulado em 12 meses, o IPCA registrou a marca de 8,73% contra 10,07% na soma até julho.
Antes disso, o resultado acumulado em 12 meses estava em dois dígitos desde setembro de 2021 (10,25%). O resultado é também o menor para um período de 12 meses desde junho de 2021 (8,35%).
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Quais foram as principais quedas no IPCA de agosto?
O grupo dos transportes (-3,37%) exerceu o maior impacto negativo sobre o índice geral, contribuindo com 0,72 ponto percentual (p.p.). O IBGE destacou que a queda desse grupo foi influenciada principalmente pela retração nos preços dos combustíveis (-10,82%).
Em agosto, os quatro combustíveis pesquisados tiveram deflação: gás veicular (-2,12%), óleo diesel (-3,76%), etanol (-8,67%) e gasolina (-11,64%). Item com maior impacto negativo sobre o índice geral, a gasolina teve redução de R$ 0,18 por litro nas refinarias no mês passado.
Os preços das passagens aéreas também caíram em agosto (-12,07%), após quatro meses consecutivos de alta. Já no grupo habitação (0,10%), os preços da energia elétrica residencial (-1,27%) continuaram caindo, mas de forma menos intensa do que no mês anterior (-5,78%).
O que ficou mais caro no mês?
Em agosto, conforme o IBGE, houve alta de 1,31% no grupo de saúde e cuidados pessoais. O avanço está relacionada aos aumentos dos itens de higiene pessoal (2,71%) e plano de saúde (1,13%).
Já a maior variação positiva no IPCA de agosto veio do grupo vestuário (1,69%), cujos preços haviam desacelerado no mês anterior (0,58%). As roupas femininas (1,92%), masculinas (1,84%) e os calçados e acessórios (1,77%) foram as maiores influências no avanço do grupo.
Ainda no lado das altas, os preços no grupo alimentação e bebidas (0,24%) desaceleraram frente ao mês anterior (1,30%). Itens importantes na mesa das famílias tiveram inflação, como o frango em pedaços (2,87%), o queijo (2,58%) e as frutas (1,35%).
Mas também houve queda nos preços do tomate (-11,25%), da batata-inglesa (-10,07%) e do óleo de soja (-5,56%). Isso fez com que o resultado da alimentação no domicílio (0,01%) ficasse próximo da estabilidade.
A alimentação fora do domicílio avançou 0,89%, com a refeição passando de 0,53%, em julho, para 0,84%, em agosto, e o lanche desacelerando de 1,32% para 0,86% nesse período.