Ipea: Brasil precisa equilibrar risco de ‘China-dependência’ com oportunidades em cenário global

Economista do Ipea destaca que atualmente 40 mil empresas brasileiras importam da China, enquanto apenas 3 mil exportam para o gigante asiático

Foto: Valor Econômico
Foto: Valor Econômico

O avanço da China como um dos principais parceiros comerciais do Brasil tem um efeito duplo para a economia brasileira: de um lado, aumenta a vulnerabilidade do país à concentração em um único mercado; de outro, pode representar uma oportunidade estratégica em um cenário global cada vez mais marcado por barreiras comerciais e protecionismo.

A análise foi feita nesta terça-feira (15) pelo economista Renato Baumann, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), durante o Encontro de Líderes de Negócios promovido pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), em São Paulo.

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“Nossa ‘China-dependência’ está crescendo a olhos vistos”, afirmou Baumann, ao destacar que atualmente 40 mil empresas brasileiras importam da China, enquanto apenas 3 mil exportam para lá — um número pequeno diante do total de 28 mil empresas exportadoras do país.

Concentração da dependência é preocupante

Por um lado, essa concentração preocupa. “A dependência excessiva da China aumenta o risco para o Brasil, principalmente se houver mudanças nas condições comerciais ou na demanda chinesa”, afirmou.

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Mas, por outro lado, o fortalecimento dessa relação pode ser um trunfo importante para o Brasil num cenário de crescente protecionismo liderado pelos Estados Unidos — tendência que ganhou força com a política tarifária implementada no governo de Donald Trump.

Nesse ambiente global de incertezas, a aproximação com a China e com os Brics pode ajudar o Brasil a diversificar mercados e reduzir sua vulnerabilidade frente a novas barreiras comerciais impostas por economias desenvolvidas.

Brasil precisa aumentar sua inserção no comércio global

O economista também destacou o papel do Brasil como peça-chave no mundo por sua relevância na produção de alimentos e energia limpa — fatores que reforçam o peso do país nas negociações internacionais.

Apesar disso, Baumann lembrou que o comércio exterior brasileiro ainda tem baixa participação no comércio global — apenas 1,5% —, e que o Mercosul perdeu dinamismo, com os agentes econômicos vendo cada vez menos vantagens na integração regional.

“O dinamismo do Mercosul hoje está em menos de um terço do que já foi”, avaliou.

O economista também citou o interesse do Brasil em fortalecer parcerias em blocos como os Brics e o G20, além da tentativa de adesão plena à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — processo que, segundo ele, está praticamente parado.

*Com informações do Valor Econômico

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