Isenção de IR até R$ 5 mil: ‘Desafio vai ser compensar’, diz Haddad

Ministro da Fazenda afirma que o desafio não é isentar o IR para quem ganha até R$ 5 mil, mas sim compensar com quem não paga, buscando 'justiça tributária' no Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o desafio não vai ser isentar de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, mas sim “compensar com quem não paga”. Haddad concedeu entrevista para o canal ICL Notícias.

“Vamos ter que chegar no andar de cima e pedir assim: você que não está pagando nada contra o trabalhador que está pagando 27% do imposto, vamos equilibrar esse jogo, você vai pagar um pouco para ele pagar menos”, disse.

Segundo Haddad, o grande trunfo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “que ele está promovendo a maior reforma tributária da história do Brasil e buscando justiça tributária”.

Inflação de alimentos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a primeira providência para tratar da inflação de alimentos é fazer planos safras “cada vez mais robustos, maiores e melhores”.

“Governo Lula vai para o terceiro ano já preparando um terceiro grande Plano Safra. Nós batemos dois recordes em 2023 e 2024 e queremos fazer o mesmo em 2025. Assim que o Orçamento for aprovado, vamos lançar o Plano Safra para a próxima safra e quero crer que o Brasil tem todas as condições de continuar ampliando sua produção e de uma forma adequada, sem desmatamento. Desmatamento caiu vertiginosamente no Brasil”, disse.

Haddad afirmou que o país “provavelmente” vai colher uma grande safra a partir do final deste mês e começo de março. “Uma grande safra, talvez seja a maior safra, se não for a maior, vai ser uma das maiores. É assim que vamos continuar exportando alimento e garantindo abastecimento interno”, disse.

O ministro ressaltou que “várias inovações” foram feitas pelo Ministério da Agricultura e chamou o chefe da pasta, Carlos Fávaro, de “craque”. Haddad apontou que a Agricultura tem trabalhado em instrumentos para diversificar a produção de alimentos no território nacional.

“É o caso do arroz, por exemplo, que estava muito concentrando numa região e agora há uma tentativa de espalhar as culturas por vários estados, estamos em período de crise climática. Vamos ter que lidar com a questão da mudança climática diversificando as culturas pelo território de maneira que se um estado for afetado, os demais supram a oferta necessária para estabilizar os preços”, disse.

Preços vão cair?

Haddad também lembrou que houve “episódios que precisaram ser contornados” e citou os problemas de seca e inundação em 2024 e a manutenção dos juros americanos “em patamares muito elevados” que impactam o dólar.

“Isso faz com que o dólar fique muito forte no mundo inteiro e quando o dólar está muito forte no mundo inteiro ele causa uma inflação no mundo inteiro porque parte do que a gente produz, a gente exporta então os preços internacionais acabam balizando isso”.

O ministro da Fazenda apontou que houve queda no câmbio nos últimos “60, 30 dias” para “patamares mais aderentes aos fundamentos da economia brasileira”. Segundo Haddad, com a safra do fim do mês, “nós acreditamos que os preços que vão se estabilizar em patamar mais adequado”.

*Com informações do Valor Econômico

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