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Itaú BBA: como o investidor dos EUA vê o momento do mercado brasileiro?
A maior preocupação com o Brasil entre investidores americanos é com o panorama fiscal do país, enquanto o otimismo vem da perspectiva de preços altos das commodities. A leitura é do Itaú BBA, cuja equipe recentemente se reuniu com 22 instituições em Nova York, Boston e Miami, nos Estados Unidos. “Em média, investidores estavam neutros ou levemente ‘underweight’ em Brasil”, afirma o boletim.
Conforme o relatório, assinado por Marcelo Sá, Luiz Cherman e Matheus Marques, da equipe de estratégia, a incerteza com a trajetória fiscal do Brasil previne que os estrangeiros tenham uma visão mais positiva do país. “Investidores esperam que a nova regra fiscal permita que os gastos do governo cresçam mais do que a inflação, mas a magnitude é importante”, afirma o texto; no entanto, haveria preocupação se os gastos crescessem mais do que o PIB.
Para os autores, parece que investidores ficariam confortáveis com um crescimento moderado da relação dívida/PIB nos próximos anos, caso haja possibilidade de estabilização mais à frente.
Há incertezas também na política monetária. “Pareceu que investidores estrangeiros estavam esperando maior visibilidade dos cortes de juros para aumentar a exposição ao Brasil, principalmente em ações sensíveis às taxas domésticas”, afirma o Itaú.
O banco projeta cortes no quarto trimestre deste ano, mas alguns investidores viram a chance de reduções da Selic mais cedo.
Ainda em relação ao Banco Central, investidores demonstram preocupação com a independência da autoridade monetária.
Há otimismo com a reabertura da China, que na visão dos estrangeiros, pode ajudar o Brasil em razão do aumento nos preços das commodities. A visão para o minério de ferro é mista e, para petróleo e commodities agrícola, é majoritariamente positiva. O valuation atrativo do Brasil tanto na comparação com os patamares históricos quanto com os pares emergentes também é considerado um fator positivo.
Entre os setores, há cautela em relação à Petrobras por causa das possíveis mudanças na política de preços, de dividendos e de investimentos. Quanto aos grandes bancos, a visão média foi negativa em razão da inadimplência e da possível competição com os as instituições públicas.
Em relação ao setor de saúde, investidores aguardam mais visibilidade de taxas de juros para comprar os ativos; e demonstram otimismo com varejo de alimentos. As visões para varejo de moda e farmácias eram mistas; e havia pouco interesse em papéis de serviços públicos.
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