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Itaú vê menos espaço para corte da Selic em 2023
Em relatório divulgado nesta sexta-feira (16), o Itaú Unibanco indicou que a PEC da Transição, em tramitação no Congresso, implica um aumento significativo no gasto público em 2023, elevando o risco de uma trajetória de alta relevante da dívida pública, que pode levar a um novo ciclo de crescimento baixo, inflação e juros altos.
Diante da expectativa de maior expansão fiscal, o banco piorou as perspectivas para o IPCA e para a taxa Selic no ano que vem.
“Reduzimos a nossa projeção de IPCA em 2022 para 5,6% (de 5,8%), mas elevamos a projeção de 2023 para 5,7% (de 5,0%), incorporando a volta total de PIS/Cofins sobre a gasolina e uma desinflação mais lenta de serviços com ganhos de salário real (em razão da dinâmica mais apertada de mercado de trabalho), apenas parcialmente compensados por uma desinflação maior de bens”, diz o texto assinado por Mário Mesquita, economista-chefe da instituição.
“Com inflação mais alta no horizonte relevante, o espaço para cortes de juros ao longo do próximo ano será menor. Esperamos cortes apenas no último trimestre de 2023, para 12,50% (antes, 11,00%)”, aponta.
Na avaliação do Itaú, o crescimento da atividade econômica deve continuar desacelerando no próximo trimestre e no ano que vem.
“Esperamos que o PIB avance 0,1% no 4T22, fechando o ano em 3,0%. Para 2023, revisamos o crescimento para 0,9% (de 0,7%), diante da expectativa de mais estímulos fiscais e da melhora na perspectiva da safra agrícola”, observa o relatório.
“Apesar de alguns sinais de desaceleração, dados recentes do mercado de trabalho continuam surpreendendo positivamente. Com isso, revisamos nossas projeções da taxa de desemprego para 8,2% (de 8,6%) em 2022 e para 8,5% (de 9,3%) em 2023”, acrescenta.
Ainda no texto, o banco diz ter mantido as projeções de taxa de câmbio em R$ 5,25 por dólar ao final de 2022 e em R$ 5,50 por dólar ao final de 2023.
“Ressaltamos que, ainda que o cenário externo se mostre mais benigno, um nível de prêmio de risco local elevado pode impactar a possibilidade de apreciação adicional da moeda.”
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