Itaú diz que PIB crescerá acima do esperado em 2023, mas vai suavizar nos próximos trimestres

Itaú e grandes bancos internacionais elevaram previsão de crescimento para o acumulado de 2023

Notas de reais. Foto: Pixabay
Notas de reais. Foto: Pixabay

A atividade econômica brasileira deve desacelerar ao longo de 2023 e tende a ter um desempenho mais equilibrado entre o setores, após o agronegócio ter impulsionado alta acima das expectativas do PIB do primeiro trimestre, afirmou o Itaú Unibanco nesta quinta-feira (1). Atividades como o consumo das famílias e os investimentos tiveram performance pior do que a esperada pelo mercado.

“Essa surpresa com o agronegócio não deve se repetir nos próximos trimestres”, disse a economista do banco Natalia Cotarelli. “(Os próximos) devem ter desempenhos mais equilibrados”, disse ela à Inteligência Financeira.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou mais cedo que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,9% no 1º trimestre, na comparação com o último quarto de 2022, enquanto a estimativa média de economistas era de alta de 1%.

Esse desempenho foi puxado pelo salto de 21,6% da agropecuária, na maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996. O setor foi beneficiado no período por preços maiores no mercado internacional. Em contrapartida, o consumo cresceu apenas 0,2%. O investimento foi a surpresa negativa, com recuo de 3,4% no trimestre.

Dados deflagram série de revisões

Esse conjunto deflagrou uma série de revisões para cima das previsões de economistas para o IPB brasileiro de 2023.

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O Itaú, disse Natalia, tende a atualizar a sua expectativa dos atuais 1,4% para 2%.

Vários outros bancos foram na mesma direção. Entre as grandes instituições globais, o JPMorgan subiu a sua estimativa de 1,7% para 2,4%, enquanto a do Bank of America passou de 0,9% para 2,3% e a do Citi foi elevada de 1% para 2,3%.

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Para Natalia, porém, atividades mais sensíveis à taxa de juros, como o consumo e o comércio, estão dando mostras de esfriamento, o que tende a se prolongar nos próximos trimestres, na esteira da Selic em 13,75%, no maior nível desde 2016.

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