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Itaú reduz projeção do dólar a R$ 5,00 e vê corte da Selic em setembro
Em relatório divulgado nesta terça-feira (13), o Itaú Unibanco revisou as suas perspectivas para o cenário macroeconômico brasileiro. Entre os principais destaques, o banco projeta agora crescimento mais forte do PIB, inflação menor, queda do dólar e início antecipado do ciclo de cortes da taxa Selic.
PIB e mercado de trabalho
“Revisamos nossa projeção para o crescimento do PIB em 2023 de 1,4% para 2,3%, diante do crescimento acima do esperado no 1T23 e da expectativa de que, a despeito dos efeitos do aperto monetário, o consumo vai se manter sustentado pela renda nos próximos trimestres”, diz o relatório assinado por Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.
“Também aumentamos nossa expectativa para 2024, de 1,0% para 1,5%. Em meio à resiliência do mercado de trabalho, reduzimos nossa projeção para a taxa de desemprego deste e do próximo ano para 8,0% (ante 9,0% e 9,1%, respectivamente)”, acrescenta Mesquita.
IPCA menor em 2023 e 2024
“Revisamos a projeção de inflação em 2023 de 5,8% para 5,3%, incorporando preços mais baixos de produtos comercializáveis e corte de 5% nos preços da gasolina na refinaria”, explica o economista.
“Para 2024, revisamos nossa projeção para 4,4%, de 4,5%, com inércia menor, algum grau de reancoragem nas expectativas longas, mas com pressão de hiato apertado”, complementa.
Real x dólar
“Revisamos nossa projeção de câmbio para R$ 5,00 por dólar em 2023, de R$ 5,15, e mantivemos R$ 5,25 por dólar em 2024. O cenário externo beneficia moedas de carrego, com destaque para moedas da América Latina. No contexto doméstico, houve alguma redução dos ruídos sobre política econômica, e o patamar de taxa de juros também ajuda a moeda”, aponta o relatório assinado por Mario Mesquita.
Quando a taxa Selic vai cair?
“Esperamos que a redução das pressões inflacionárias e uma decisão prudente sobre o regime de metas para a inflação permitirão que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) antecipe o ciclo de flexibilização, com corte de 0,25 ponto percentual, em setembro, dois cortes de 0,50 p.p., nas reuniões de novembro e dezembro, o que levaria a taxa Selic a 12,50% ao final de 2023”, destaca o Itaú Unibando.
“Para 2024, mantemos Selic de 10%, diante de uma desinflação lenta dos preços de serviços”, acrescenta.
No relatório, o economista avalia que a eventual flexibilização da política monetária deveria ocorrer de forma gradual. “Por um lado, a queda da inflação corrente tem sido importante. Mesmo que concentrada em itens voláteis e bens industriais, a desinflação tende a ser repassada para itens mais indexados, pela inércia menor. Esses fatores permitirão o início de um ciclo de cortes em setembro.”
No entanto, observa Mario Mesquita a inflação permaneceu elevada por um período prolongado, com expectativas longas desancoradas, e há pouca ociosidade no mercado de trabalho, o que implica uma inflação de serviços ainda elevada.
“Por outro lado, o ajuste fiscal ainda é desafiador e a política monetária nos países desenvolvidos continua avançando em território contracionista. Esses fatores demandam cautela com as projeções de inflação de médio prazo e recomendam uma condução parcimoniosa da distensão monetária, com cortes graduais da taxa de juros”, explica no texto.
Por fim, o relatório do Itaú aponta que as projeções do banco consideram que o Conselho Monetário Nacional (CMN) manterá a meta de inflação de 3% para 2024 em diante e o intervalo de tolerância em 1,5 ponto percentual. O CMN, no entanto, mudará de ano calendário para meta contínua (ajustando o processo de verificação).
“Mas não imporá um horizonte para o Banco Central (BC) atingir meta. Isso deverá ajudar a reduzir as expectativas inflacionárias e, assim, a viabilizar a antecipação do início da descompressão da política monetária para setembro”, completa o texto.
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