Itaú está otimista com PIB, vê emprego estável e inflação ainda fora da meta do BC

No exterior, banco acredita que ciclo de alta nos juros dos EUA e Europa está perto do fim

Fachada de agência do Itaú Unibanco. Foto: Divulgação
Fachada de agência do Itaú Unibanco. Foto: Divulgação

O banco Itaú esperou pelo resultado da inflação de julho, que fechou em 0,12% (3,99% em 12 meses), para revisar as suas expectativas para a economia, tanto para 2023, quanto para o ano que vem, 2024. O destaque fica para a taxa de crescimento do país. O banco elevou as estimativas para o Produto Interno Produto (PIB), que deve avançar neste ano 2,5% – contra 2,3% da previsão anterior. Para o ano que vem, o Itaú manteve a projeção de crescimento do PIB em 1,5%.

Em relatório assinado pelo economista-chefe do banco, Mario Mesquita, o banco Itaú observa que dois pontos foram centrais para a revisão da taxa de crescimento da economia: a melhora da atividade observada nas últimas semanas e a resiliência do mercado de trabalho.

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Segundo os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, a taxa de desemprego no Brasil recuou de 8,3% no trimestre terminado em maio para 8% no trimestre terminado em junho, a mais baixa para esse período do ano desde 2014.

“Seguimos projetando taxa de desemprego deste e do próximo ano em 8,0%”, destaca o relatório.

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Selic para baixo

Confirmando sua crença em três cortes consecutivos da taxa de juros Selic, movimento que levaria os juros para 11,75% até o final do ano, o relatório do Itaú mais uma vez alerta para a possibilidade de uma aceleração no ritmo de afrouxamento por parte do Banco Central (BC).

No entanto, o banco manteve a projeção de Selic em 9,50% no final do ciclo, “uma vez que o comitê (Copom) sinalizou juros restritivos ao longo do ciclo”, aponta o texto.

Inflação desacelera

O banco também revisou a projeção de inflação em 2023, que caiu para 4,9% – ante os 5,1% da previsão anterior. Nesse ponto, o Itaú se mantém um pouco mais pessimista do que a média do mercado, que segundo o último relatório Focus, organizando pelo BC, contava com taxa de 4,84% para o IPCA.

Na opinião de Mario Mesquita, a desinflação mais rápida de bens alimentícios e industriais deve ser apenas parcialmente compensada por um reajuste de 5% nos preços da gasolina na refinaria.

“Reajustes adicionais (nos combustíveis) representam um risco de alta para a inflação”, alerta o relatório do Itaú.

Para o ano que vem, Mesquita acredita que o mercado de trabalho, com baixo índice de desemprego, deve pressionar os preços. O economista cortou apenas em um décimo porcentual a sua projeção para a inflação no período – de 4,4% para, agora, 4,3%. As previsões do Itaú mantém a inflação fora da meta do BC, que tem o centro em 3% e uma banca de 4% a 2%.

EUA e Europa: fim do ciclo de altas

No cenário Global, o banco destaca que os mercados desenvolvidos parecem estar se aproximando do fim do ciclo de altas dos juros.

Segundo o Itaú, os bancos centrais, tanto dos Estados Unidos quanto da Europa e do Reino Unido passaram a adotar uma postura mais branda com relação à política monetária.

O relatório pontua que, mesmo com as altas sucessivas dos juros básicos americanos, a atividade econômica sustentou-se resistentemente positiva, o que levou o banco a revisar para cima a projeção do PIB americano, de 1,7% para 2,1% em 2023.

“(Mesmo assim), a inflação deve permanecer em queda, abrindo espaço para o FED encerrar o ciclo de aperto monetário”, aponta o relatório do Itaú.

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