Itaú: início de 2023 mais aquecido do que o esperado não deve perdurar

Em contrapartida, resultado do PIB do quatro trimestre de 2022 já era aguardado pelo banco

Itaú: início de 2023 mais aquecido do que o esperado não deve perdurar. - Foto: Sergio Moraes/Reuters
Itaú: início de 2023 mais aquecido do que o esperado não deve perdurar. - Foto: Sergio Moraes/Reuters

O aquecimento um pouco maior do que o esperado observado na economia brasileira logo no início de 2023 não anima o Itaú Unibanco.

O indicador de alta frequência da instituição para a atividade mostrou uma alta um pouco mais forte do que o antecipado tanto no consumo de bens quanto no de serviços, segundo a economista Natalia Cotarelli.

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“Mas já temos o dado quase todo de fevereiro e ele mostra que foi uma coisa mais pontual. Talvez, relacionada ao aumento do salário mínimo no início do ano e ao fato de terem sido as primeiras férias sem impacto da pandemia de fato”, afirma.

Esses dois fatores pontuais podem ter ajudado a atividade de janeiro a ser mais forte, mas “isso não significa que é algo que vai se estender para o resto da economia”, pondera Cotarelli. “Não muda a percepção de desaceleração para o ano como um todo”, afirma.

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Produto Interno Bruno em estabilidade

O resultado do PIB no quarto trimestre de 2022, que caiu 0,2% ante o terceiro, veio praticamente em linha com o esperado, segundo Cotarelli. O Itaú projetava estabilidade. “Tínhamos um número um pouco mais forte, mas foi algo mais pontual do agro do que uma questão de fundamento econômico. Esperávamos desaceleração na parte de serviços e veio. Estava crescendo em um ritmo de 1% ao longo do ano e agora só 0,2%”, observa.

Os serviços puxaram o PIB de 2022, segundo Cotarelli. Ela destaca que “outros serviços”, que incluem aqueles prestados às famílias, cresceram 11,1%.

No fim, o ano de 2022 teve “duas caras”, resume a economista. “O primeiro semestre foi um pouco mais forte, com o processo de reabertura da economia e alguns estímulos fiscais que até perduraram até o fim do ano, mas ajudaram principalmente no primeiro semestre”, afirma.

“Ao longo do segundo semestre, a economia foi perdendo um pouco mais de força. A reabertura teve menos efeito, os estímulos também, o aperto monetário aparece um pouco mais forte e o mercado de trabalho acaba perdendo um pouco de força”, acrescenta.

O ano de 2023 deve ter uma “cara” mais parecida com esse segundo semestre de 2022, diz Cotarelli. “A percepção é de um PIB basicamente de lado em 2023, com ressalva do primeiro trimestre, que deve crescer 1% ante o trimestre anterior”, estima, destacando o forte desempenho da agropecuária no período.

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