A redução dos preços da gasolina, diesel e gás de botijão levou o Itaú Unibanco a cortar a projeção para o IPCA em 2023 de 6,0% para 5,8%.
Em relatório, o banco ressalta ser possível espaço para corte adicional, possivelmente em julho, “caso o preço do petróleo continue próximo de US$ 75 por barril e o câmbio pouco abaixo de R$ 5,00 por dólar, o que não é nosso cenário base à frente”.
Segundo as economistas Luciana Rabelo e Julia Passabom, o anúncio de hoje anula quase todo o impacto altista da volta de tributos federais e estaduais sobre o preço da gasolina no ano – de R$ 1,22 por litro do ICMS em junho e R$ 0,34 do PIS/Cofins por litro em julho. Incorporando os efeitos do anúncio da Petrobras sobre as leituras mensais do IPCA, elas esperam um indicador de 0,44% em maio, 0,32% em junho e 0,60% em julho.
“Nossa projeção para o ano considera inflação de administrados em 10,2% e preços livres em 4,3%, com destaque para a alta de apenas 1,5% em alimentos, seguindo inflação próxima de 13% no grupo ano passado. A desinflação se dá com clima favorável para plantio e colheita da safra brasileira e americana esse ano, com El Nino no segundo semestre, bem como pela queda observada no preço de fertilizantes, após o choque observado do ano passado”, diz o banco.
A projeção para o IPCA em 2024 do Itaú se manteve em 4,5%.