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JPMorgan encerra recomendação otimista para o real; entenda os motivos
Na esteira de uma “reprecificação violenta” nos ativos financeiros brasileiros nas últimas semanas, os estrategistas do JPMorgan abandonaram a recomendação otimista (“overweight”) em relação aos juros domésticos e ao real.
“Mesmo com um ‘valuation’ melhor e um posicionamento técnico mais limpo nos mercados do Brasil, o claro declínio no apetite por títulos ‘high yield’ da América Latina e o forte impulso dos movimentos recentes justificam alguns ajustes na carteira no curto prazo, especialmente à medida que avançamos para uma temporada menos líquida nos mercados e nos aproximamos das eleições presidenciais nos Estados Unidos”, afirmam os estrategistas do banco.
Em relatório enviado a clientes, assinado por Gisela Brant, Tania Escobedo Jacob, Saad Siddiqui e Santiago Calcano, o JPMorgan destaca o desempenho negativo de moedas que, no ano passado, se beneficiaram do “carry trade”, como o real e o peso mexicano.
“Um aumento acentuado no ruído político abalou os mercados brasileiros e mexicanos, com o posicionamento técnico desempenhando, provavelmente, um papel relevante para exacerbar a magnitude dos movimentos recentes, já que o consenso apontava as duas moedas para se estar na ponta ‘comprada’ nos últimos anos.”
‘Perdas persistentes’
Embora a depreciação da moeda tenha sido bastante agressiva, com uma alta de cerca de 10% do dólar contra o real neste ano, os profissionais do JPMorgan lembram que “a mentalidade de ‘comprar na baixa’, que limitou os períodos de fraqueza no ano passado, não se concretizou durante a última rodada de desvalorização do real, levando a perdas mais amplas e persistentes”.
Nesse sentido, para os estrategistas, enquanto o mercado continua o processo de correção, mesmo os “valuations” mais atrativos e o posicionamento técnico mais limpos “podem não compensar a perda de apetite pelos títulos ‘high yield’ da América Latina e a forte dinâmica dos movimentos recentes”.
Assim, no Brasil, os estrategistas do JPMorgan mudaram a recomendação para os juros locais e do real de “overweight” (otimista) para “market-weight” (desempenho em linha com a média do mercado).
Apesar disso, o banco manteve as posições aplicadas no DI para janeiro de 2026, diante da visão de que os aumentos na Selic precificados na curva de juros “não são justificados pelos dados”.
Com informações do Valor Econômico
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