Fed anuncia aumento de juros de 0,25 ponto percentual, dentro das expectativas

Banco central americano não fez referências a 'aumentos contínuos' no comunicado e reiterou que o sistema bancário dos EUA é firme e resiliente

Na tentativa de domar a inflação elevada, o Fed estipulou uma faixa de entre 5,25% a 5,5%, historicamente alta para o país - Foto: AFP/AFP
Na tentativa de domar a inflação elevada, o Fed estipulou uma faixa de entre 5,25% a 5,5%, historicamente alta para o país - Foto: AFP/AFP

O Fed (Federal Reserve) anunciou, nesta Super Quarta (22), o aumento da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, em linha com a expectativa predominante do mercado, para o intervalo entre 4,75% a 5% ao ano, maior faixa desde 2007. A decisão do colegiado foi unânime.

Segundo dados do CME Group, o novo patamar de juros foi estimado por 90% dos analistas antes da decisão do Fed. Os analistas consideraram principalmente os dados de inflação (CPI) e do mercado de trabalho (payroll).

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No comunicado, o Fed reiterou que “sistema bancário dos Estados Unidos é sólido e resiliente” e que o Comitê “antecipa que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado para atingir uma meta de inflação de 2%”.

O comunicado, no entanto, retirou do texto as referências a “aumentos contínuos”.

Utilizadas como referência para a operação dos juros, os indicadores de inflação e vagas de emprego nos EUA apontaram para uma dificuldade de o Fed iniciar uma queda nos juros nesta reunião, o que acabou se confirmando.

Payroll e CPI

Apesar de a inflação ter vindo dentro do esperado pelo mercado, com alta de 0,4% em fevereiro, o relatório do mercado de trabalho veio com números muito superior à expectativa, com a criação de 311 mil vagas em fevereiro, contra os 200 mil imaginados pelos analistas.

Isso indicou uma resiliência da economia americana que, superaquecida, poderia seguir jogando os preços para cima nos próximos meses.

Crise bancária e ciclo de juros

Contudo, a crise bancária nos Estados Unidos e na Europa podem ter reduzido o ímpeto do banco central americano em seguir adiante com a política de aumento dos juros para os próximos meses.

Há a expectativa do mercado de o aperto monetário acabar antes do previsto como forma de contornar uma possível crise sistêmica.

Nesta tarde, o presidente do Fed, Jerome Powell, ainda vai fazer um pronunciamento, que deve oferecer novas pistas ao mercado sobre o destino dos juros nos próximos meses.

Juros no Brasil

Nesta Super Quarta, ainda está em pauta a taxa básica de juros do Brasil, a Selic. O Copom define se haverá mudança até o final do expediente desta quarta.

A expectativa é de que o banco central brasileiro mantenha a taxa em 13,75%, mas sinalize uma queda dos juros para a próxima reunião, nos dias 2 e 3 de maio.

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