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Juros futuros têm leve alta em dia de liquidez baixa
Os juros futuros encerraram o pregão desta segunda-feira (9) com altas modestas ao longo de toda a curva a termo. De acordo com operadores, o mercado doméstico seguiu os movimentos do exterior e do câmbio. A sessão não teve direcionadores e mostrou baixa liquidez nos contratos.
Agora, os agentes esperam pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto. Os dados serão conhecidos amanhã de manhã. Então, devem balizar as expectativas para a política monetária antes da reunião do Copom na semana que vem.
Ao fim do pregão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 subiu modestamente de 10,92% a 10,925%. Já a do DI de janeiro de 2026 avançou de 11,73% a 11,755%. Então, a do DI de janeiro de 2027 teve alta de 11,695% a 11,715%. Por fim, a do DI de janeiro de 2029 escalou de 11,79% a 11,805%.
Nos Estados Unidos, o rendimento da T-note de 10 anos encerrou a sessão em queda modesta de 3,713% a 3,704%.
Taxas locais oscilaram coladas com o exterior
De acordo com operadores, as taxas locais oscilaram coladas com o exterior e reverberaram o movimento do real.
Segundo um trader de um banco local, o câmbio local refletiu uma “onda de dólar forte” no começo da sessão. Isso provocou a abertura da curva a termo.
“Assim que o real diminuiu a pressão, o aumento das taxas locais também perdeu força”, diz ele.
Agora, o foco ficará sobre o IPCA de agosto em meio à expectativa de que o Copom aumente a Selic em 0,25 ponto percentual na reunião do próximo dia 18.
O Morgan Stanley abriu posição aplicada (que aposta na queda das taxas) no DI de janeiro de 2029, com alvo de 11,35% e nível de “stop” em 12,10%.
Os analistas do Morgan estão de olho na divergência entre as políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed) deve iniciar o ciclo de cortes na semana que vem.
E o Brasil com isso?
Segundo Ioana Zamfir, chefe de estratégia macro para América Latina do banco americano, as taxas de longo prazo do Brasil devem “continuar a ter um desempenho superior”. Além disso, os juros de longo prazo devem seguir “sensíveis a juros mais baixos nos EUA, especialmente porque um Banco Central do Brasil (BC) mais ‘hawkish’ [favorável ao aperto monetário] poderia ajudar a reduzir os prêmios de risco de inflação de longo prazo”.
Segundo o relatório assinado pela estrategista, o Morgan Stanley ainda fechou posições baseadas na inclinação da curva de juros brasileira, uma vez que as taxas de curto prazo se descolaram dos juros americanos por conta da esperada divergência entre as políticas monetárias de Brasil e Estados Unidos.
Selic vai a 12%, diz BofA
O Bank of America (BofA) se juntou à maioria do mercado ao revisar a sua estimativa para a Selic e incorporar uma alta de 0,25 p.p. em seu cenário-base na próxima reunião do Copom.
O banco ainda projeta duas altas de 0,5 p.p. em novembro e dezembro, e uma elevação final de 0,25 p.p. em janeiro, o que levaria a Selic para o patamar de 12% no início do ano que vem.
Na visão da equipe comandada pelo chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do BofA, David Beker, quatro motivos levaram à expectativa de um juro mais elevado no Brasil nos próximos meses.
“As expectativas de inflação não diminuíram nas últimas semanas; o real permaneceu acima de R$ 5,50 por dólar; o crescimento surpreendeu positivamente (mesmo em comparação com nossas previsões, que têm sido mais altas do que o consenso); e a curva de juros local está precificando totalmente uma alta de juros para a próxima reunião do Copom”, enumeram os profissionais do BofA.
Segundo eles, ainda, o ciclo de aperto deve ajudar a ancorar novamente as expectativas de inflação e reforçar a credibilidade do BC.
Menos altas na Selic
Por outro lado, o ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos é um risco que pode levar a menos elevações da Selic, dizem os profissionais
“Como se espera que o Federal Reserve e outros bancos centrais reduzam as taxas de juros, há um risco de menos altas na Selic. Mantemos a opinião de que as taxas de juros no Brasil já estão acima do nível neutro.”
Após o ciclo de aperto monetário, que deve terminar em janeiro de 2025, o Banco Central deve manter a Selic parada em 12%. Isso por quatro reuniões consecutivas. Só a partir daí, o BC iniciaria cortes nas taxas a partir de setembro do ano que vem.
”Esperamos que a Selic termine 2025 em 10,75% (acima dos 9% projetados anteriormente) e 2026 em 9%, sem alterações em relação ao nosso call anterior”, concluem os profissionais do BofA.
Com informações do Valor Econômico.
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