Os juros futuros acentuaram o estresse com notícias acerca do pacote de ajuste fiscal e as taxas longas, que refletem a percepção de risco dos investidores, saltam cerca 0,4 ponto percentual, aproximando-se das máximas de março de 2023. A deterioração dos juros futuros já faz com que a curva a termo aponte para uma taxa Selic de quase 14,5% ao final de 2025, de 11,25% no patamar atual.
Por volta de 15h30, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2026 subia de 13,28%, do ajuste anterior, para 13,535%; a do DI de janeiro de 2027 saltava de 13,325% para 13,64%; a do DI de janeiro de 2029 tinha forte alta de 13,08% a 13,48%; e a do DI de janeiro de 2031 aumentava de 12,92% para 13,33%.
A possibilidade de que a isenção do Imposto de Renda (IR) a salários de até R$ 5 mil fosse anunciada em conjunto com as medidas de corte de gastos foi mal recebida pelo mercado e aumentou a desconfiança dos agentes sobre a política fiscal do governo, que já era alta.
Segundo o estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha, a iniciativa de isentar o IR deve gerar um “buraco” de R$ 40 bilhões, que precisaria ser compensado por outras medidas para que o efeito final seja neutro.
“Na teoria, o impacto fiscal da proposta seria neutro. Mas, na prática, a isenção do IR não deve enfrentar problemas para ser aprovada, dado o alto teor popular. Por outro lado, as medidas de compensação irão enfrentar resistências para serem aprovadas, o que tornaria a iniciativa deficitária no fim das contas”, afirma.
“Foi muito ruim como sinalização misturar os dois vetores numa comunicação só. Era para o momento ser focado e direcionado para uma agenda de disciplina fiscal e contenção de gastos”, conclui.
Há pouco, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, confirmou que o anúncio das medidas fiscais serão acompanhadas de novidades no IR. Além disso, ele afirmou que as regras do seguro-desemprego não serão alteradas.
*Com informações do Valor Econômico
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