Juros futuros não firmam direção única às vésperas de Fed e Copom e com risco fiscal no radar
Às vésperas do início do ciclo de corte de juros do Federal Reserve (Fed) e da retomada do aperto monetário pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, a ponta mais curta da curva de juros futuros exibiu leve recuo durante a maior parte desta manhã. Por outro lado, as taxas de […]
Às vésperas do início do ciclo de corte de juros do Federal Reserve (Fed) e da retomada do aperto monetário pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, a ponta mais curta da curva de juros futuros exibiu leve recuo durante a maior parte desta manhã. Por outro lado, as taxas de prazo mais longo são pressionadas pela piora da percepção dos agentes financeiros sobre o quadro fiscal, após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar o governo a emitir crédito extraordinário fora da meta orçamentária para combater os efeitos da seca em todo o Brasil.
Por volta de 13h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2025 oscilava de 10,965% do ajuste anterior a 10,955%; a do DI de janeiro de 2026 avançava de 11,815% a 11,825%; a do DI de janeiro de 2027 subia de 11,81% para 11,840%; e a do DI de janeiro de 2029 aumentava de 11,90% a 11,945%.
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Neste fim de semana, Dino permitiu que o governo federal eleve os gastos públicos até o fim do ano, com despesas fora da meta fiscal, com objetivo exclusivo de combater às queimadas que afetam o país. A decisão pode ser vista como “mais um furo no arcabouço” fiscal, segundo a visão da Wagner Investimentos.
O mercado, já pessimista com a trajetória da dívida pública brasileira, aumentou o prêmio de risco embutido na curva a termo, o que se traduziu em taxas mais altas nos vértices intermediários e longos. A sessão ainda é de liquidez tímida à medida que o mercado opera com cautela antes das decisões de juros do Fed e do Copom na semana que vem.
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Hoje, o Bradesco foi mais uma das grandes instituições financeiras a revisar o seu cenário-base para incluir altas da Selic nos próximos meses. Agora, o time de pesquisa econômica do banco, liderado pelo economista-chefe Fernando Honorato, espera quatro elevações consecutivas de 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic do atual patamar de 10,5% para 11,5% em janeiro de 2025.
“A fotografia do PIB mostra um quadro desafiador para o Banco Central. É muito provável que o Copom reavalie o hiato [do produto] e encontre a economia num nível acima do potencial. A incorporação de um hiato mais positivo deve elevar as estimativas de inflação do Banco Central. Com isso, o BC deve iniciar um pequeno ajuste na taxa de juros, com uma alta de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom. Esperamos que a taxa de juros siga subindo nesse mesmo ritmo até a reunião de janeiro do ano que vem”, apontam os economistas do Bradesco.
O aumento dos juros deve contribuir para uma desaceleração da atividade e da inflação em 2025 em um ritmo que será suficiente para que o Copom volte a cortar juros em 2025, segundo a projeção dos economistas do Bradesco. “Nossa projeção é que a Selic termine 2025 em 10,50%. Caso as expectativas [de inflação] convirjam de maneira mais acelerada em direção à meta, é possível que a redução dos juros seja um pouco mais intensa”, avalia o Bradesco.
O cenário-base do banco converge com a mediana das projeções do relatório Focus divulgado hoje, que mostrou um aumento da Selic esperada para o fim de 2025, de 10,25% a 10,50%. As taxas para o fim deste ano e de 2026 se mantiveram em 11,25% e 9,5%, respectivamente.
*Com informações do Valor Econômico