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Juros futuros saltam após Copom mais agressivo e dado de emprego forte nos EUA
Os juros futuros exibem alta forte em toda a extensão da curva a termo no pregão desta quinta-feira, dia seguinte à decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Apesar de ter iniciado o ciclo de aumento da taxa Selic sem surpresas, com uma elevação de 0,25 ponto percentual, o mercado entendeu que o comunicado do colegiado foi mais duro e seria consistente com uma alta mais agressiva, de 0,5 ponto. Assim, os investidores precificam um caminho de juros maiores e, com isso, adicionam prêmios às taxas locais.
Além da reação ao Copom, o mercado doméstico responde à queda inesperada dos pedidos por seguro-desemprego nos Estados Unidos, a 219 mil na semana passada, ante a previsão de 229 mil. O dado sugere um mercado de trabalho robusto na maior economia do mundo e, por consequência, uma política monetária mais apertada do Federal Reserve (Fed). Com isso, as taxas dos Treasuries americanos ganharam força, movimento seguido pelos juros futuros no Brasil.
Por volta de 13h10, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento de janeiro de 2025 tinha alta de 10,94% do ajuste anterior a 10,97%; a do DI de janeiro de 2026 saltava de 11,77% para 11,99%; a do DI de janeiro de 2027 avançava de 11,815% a 11,995%; e a do DI de janeiro de 2029 aumentava de 11,96% a 12,085%.
Já nos Estados Unidos, o rendimento da T-note de dez anos subia de 3,705% a 3,745%, após tocar a máxima intradiária de 3,772%.
Embora os fatores externos tenham ajudado a pressionar a curva de juros, é a reação do mercado ao tom duro do comunicado de ontem do Copom que guia o movimento na sessão de hoje. Além de aumentar a Selic para 10,75%, o colegiado deu sinalizações mais duras que indicaram ao mercado que o ciclo de aperto monetário pode ter que ser mais agressivo nos próximos meses.
“A elevação das projeções ao longo do horizonte relevante da política monetária (de 2024 ao 1º trimestre de 2026), em comparação ao que foi previsto na reunião de julho, indica que o ciclo de 1 ponto percentual de alta esperado na pesquisa Focus não será suficiente para trazer a inflação para perto da meta”, ressalta a Galapagos Capital, em nota assinada pelo economista-chefe global, Jaime Valdivia, a economista-chefe de Brasil, Tatiana Pinheiro, e o estrategista da casa Rodrigo Jafet.
Os profissionais da Galapagos destacam ainda a divergência entre as políticas do Copom e de outros bancos centrais ao redor do mundo, que cortam os juros. Ontem, o Federal Reserve (Fed) iniciou o seu ciclo de cortes nos Estados Unidos com uma redução de 0,5 ponto da taxa básica.
“Assim, até a próxima decisão [do Copom], marcada para 6 de novembro, será essencial monitorar a evolução dos dados de inflação e atividade, além da comunicação dos próximos passos da política fiscal para reduzir as dúvidas sobre a capacidade de estabilização do endividamento público e, também, do efeito da queda dos juros internacionais sobre os preços dos ativos brasileiros. Ressaltando que a condução da política fiscal será crucial para o tamanho do ciclo de alta da Selic”, completam Valdivia, Pinheiro e Jafet.
*Com informações do Valor Econômico
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