Juros futuros se ajustam em alta com mercado atento ao IPCA-15 e às discussões sobre emendas

Os juros futuros se ajustam em alta firme no início do pregão desta sexta-feira, sustentados tanto pelas incertezas em torno das questões fiscais quanto pela inflação extraída do IPCA-15 de dezembro. Embora o número “cheio” tenha ficado abaixo do esperado pelos mercados, itens que tem sido acompanhados de perto pelo Banco Central mostraram pressão bastante relevante, o que mantém as taxas futuras pressionadas, sobretudo em um ambiente de elevação dos rendimentos dos Treasuries, o que impede algum alívio mais sustentado do mercado doméstico.

Por volta de 9h20, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subia de 15,37% no ajuste anterior para 15,385%; a do DI para janeiro de 2027 avançava de 15,635% para 15,69%; a do contrato para janeiro de 2029 escalava de 15,28% para 15,395%; e a do DI para janeiro de 2029 passava de 14,97% para 15,11%.

O movimento mais intenso de alta na curva a termo se dá nos vértices intermediários e longos da curva, que são afetados mais diretamente pela incerteza em torno da trajetória da dívida pública, no momento em que o mercado se mostra bastante atento às discussões sobre o pagamento de emendas parlamentares, o que pode dificultar a aprovação de projetos econômicos importantes à frente. Já nos vértices mais curtos da curva, a alta é menos pronunciada, após o IPCA-15 de dezembro ficar abaixo do esperado, mas a composição negativa do indicador inspira alguma cautela.

Entre os principais pontos do IPCA-15, chamou atenção o fato de os serviços subjacentes terem saltado de 5,33% para 7,99% na média móvel de três meses anualizada e dessazonalizada, que é bastante utilizada por economistas para ver a tendência do indicador. Além disso, a média dos núcleos também mostrou forte pressão de alta, ao passar de 4,35% para 5,05% também na média móvel de três meses anualizada e com ajustes sazonais. Houve surpresa em relação ao consenso nas duas leituras, o que mantém o mercado de juros pressionado neste início de sessão, apesar do nível já bastante elevado de prêmios de risco nos ramos curtos da curva.

*Com informações do Valor Econômico

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