Lagarde: Europa deve “seguir em frente” com aumento dos juros

A presidente do BCE disse que ainda há espaço para aumento dos juros

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde - Foto: BoE
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde - Foto: BoE

Em seu discurso de abertura, em apresentação ao Parlamento Europeu, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que as consequências da guerra na Ucrânia para a zona do euro continuam a crescer e que “as perspectivas estão escurecendo”.

Segundo a chefe do BCE, os preços mais altos da energia e dos alimentos estão afetando principalmente as famílias mais vulneráveis e “espera-se que a situação piore antes de melhorar”.

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Lagarde lembrou que os preços da energia estão afetando diretamente em 50% a alta geral de preços e indiretamente em um terço.

“As pressões sobre os preços estão se espalhando por mais setores, em parte devido ao impacto dos altos custos da energia em toda a economia”, afirmou Lagarde.

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“Quase metade dos itens da cesta de inflação registraram taxas anuais acima de 4% em agosto e as medidas de inflação subjacente permanecem altas”, disse a chefe do BCE, ao também afirmar que a depreciação do euro frente ao dólar tem ajudado a alimentar a pressão inflacionária na região.

“Teremos que seguir em frente”

A presidente do Banco Central Europeu indicou ainda que a autoridade monetária da zona do euro pode ter que levar a política monetária a um território mais restritivo.

“Se chegarmos na taxa neutra e não alcançarmos o que queremos, teremos que seguir em frente”, afirmou Lagarde, ao ser questionada se o BCE não estava se antecipando e respondendo de forma muito agressiva à inflação com aumentos históricos nas taxas de juros em reuniões recentes.

“Ainda estamos em um espaço acomodativo da política monetária e precisamos ir para um ponto mais neutro, que não estimule a economia mais”, disse. “Parte da inflação é causada pela oferta. Se temos essa barreira na oferta e estimulamos a demanda tendo uma política acomodativa, nós elevamos a inflação, por isso temos que mudar de posição.”

Ao explicar como a autoridade pode atuar para evitar o avanço da inflação, Lagarde reforçou que as ferramentas que tem não são capazes de reduzir os preços de energia. “Eu queria ter esse poder, mas não tenho como reduzir os preços do gás”.

Juros em alta

Em paralelo, a OCDE prevê que as taxas de juros aumentem para 4,5 – 4,75% nos Estados Unidos, 4,5% no Canadá e 4,25% no Reino Unido em 2023, aumentando o arrocho monetário em grandes países para tentar conter a inflação global.

Na última quarta-feira (21), o banco central dos Estados Unidos anunciou mais uma alta de juros, em seguida, foi a vez do Banco da Inglaterra anunciar novo aperto monetário para tentar conter a inflação.

O Banco Mundial criticou a política de aumento de juros. Seu presidente, David Malpass, disse que se os governos nacionais continuarem neste ritmo de alta de juros, o mundo pode sofrer uma recessão “devastadora”.

Malpass pediu que as autoridades monetárias das grandes economias coordenem suas ações para reduzir o risco de crise em escala global e disse que a melhor maneira de mitigar os efeitos negativos na economia seria fornecendo uma ajuda direcionada às famílias vulneráveis, ao invés de promover uma política monetária mais rígida.

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