Leite aliviou preços de alimentos em agosto; qual é a tendência agora?
Produto ainda está 75% mais caro em relação a dezembro de 2021
Após subir 25,46% em julho, o preço do leite longa vida caiu 1,78% em agosto, segundo o IPCA, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE. Com isso, foi a principal influência para a desaceleração dos preços de alimentos na passagem entre julho e agosto, segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. A média dos preços do grupo alimentação e bebidas subiu 0,24% em agosto, ritmo bem inferior ao de 1,30% de julho.
“A queda do leite foi o principal fator que contribuiu para a desaceleração de preços de alimento. O preço subiu muito e a base de comparação estava muito alta. Os preços continuam em patamar alto, mas estamos nos aproximando do fim do período da entressafra, o que melhora as pastagens e aumenta a produção”, apontou ele, na divulgação do resultado do IPCA de agosto, que teve queda de 0,36%.
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Ele ressalta, no entanto, que a magnitude dessa queda recente do preço do leite é muito pequena diante das altas registradas anteriormente, que tinham sido puxadas por aumento do custo de produção – com fertilizantes mais caros por causa da guerra na Ucrânia, por exemplo – e pela entressafra.
Em agosto, apesar do recuo na margem, o preço do leite estava 74,68% maior que em dezembro de 2021. Além disso, a alta acumulada nos doze meses até agosto é de 60,81%.
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“Apesar da queda do preço de leite, o patamar ainda é muito superior de períodos anteriores. Se for comparar com dezembro de 2021, os preços estão 75% mais altos. E além disso os preços de derivados de leite ainda sobem”, disse o técnico do IBGE. O preço do leite em pó subiu 4,55% em agosto, acompanhado por alta de 2,58% do queijo e de 4,10% no leite condensado.
Entre os alimentos, as maiores foram registradas em itens como cebola (5,12%), frango em pedaços (2,87%), cerveja (2,37%) e itens da alimentação fora de casa, como lanche (0,86%) e refeição (0,84%), além de alguns já citados como leite em pó (4,55%) e queijo (2,58%).