Light: ações sofrem com fraudes bilionárias no setor de energia elétrica

Acompanhe a entrevista com Edvaldo Santana, diretor executivo na NEAL, Negócios de Energia Associados

Mais de R$ 1 bilhão são roubados da Light por ano. “É o equivalente ao consumo de Sergipe, Amapá e Roraima juntos”, diz Edvaldo Santana, diretor executivo na NEAL, Negócios de Energia Associados.

Santana é também ex-diretor da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e ex-presidente da Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores).

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Problema com roubos

O roubo de energia é um dos problemas mais sérios do setor atualmente. O prejuízo é pago, principalmente, por consumidores.

O roubo de energia é um ponto que começa a ter mais peso por conta da proximidade da renovação das concessões, como explicou Santana para a Inteligência Financeira, com reflexos no preço das ações das empresas.

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A Light (LIGT3) que, neste ano, teve sua nota rebaixada pela agência de classificação de risco agência Fitch Ratings. A íntegra da matéria do rebaixamento aqui na IF você pode ver aqui.

Bilhões perdidos

A Light é a terceira empresa do setor que mais sofre com Perdas Não Técnicas (PNT), nome oficial dado ao que, na prática, é roubo de energia. Em primeiro e segundo lugares do ranking estão as empresas do Amazonas e do Amapá, respectivamente.

A PNT da Light no ciclo 2022-2026, quando vence a concessão, é de 5.022.764 MWh (573 MW médios). Esse montante corresponde ao consumo de 2 milhões de residências.

É como se a energia que a Light compra de Itaipu e Belo Monte fosse usada só pelos fraudadores. “Em dinheiro de hoje, é mais que R$ 1,25 bilhão ao ano”.

Dívidas acumuladas

Diante de fraudes e perda de recursos, a Light entrou com recurso na Justiça para suspender o pagamento das dívidas financeiras e os efeitos de decretação de vencimentos antecipados ou amortização acelerada já ocorridos.

Na quarta (12/04), a 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro concedeu medida cautelar, pedida pela Light, na véspera para suspender temporariamente pagamentos dessas dívidas.

Segundo Santana, isso é só um pedaço dos quase R$ 7 bilhões que os consumidores brasileiros gastam com a PNT.

Blindagem ineficaz

A Light, assim como outras empresas do setor, priorizou soluções técnicas consagradas, como blindar os medidores.

No entanto, a medida se mostrou ineficaz, principalmente, porque este é um mercado em que há uma atuação forte da milícia que desmonta a blindagem.

Estados que conseguiram sanar este problema conseguiram baixar muito o custo da tarifa.

“Como o consumidor (pagante) gasta R$ 1,25 bilhão ao ano com a PNT, por que não criar um fundo com esse dinheiro, como se os 573 MW médios pertencessem ao conjunto de consumidores que deixaram de fraudar?”, afirma Santana.

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