Bmg dobra lucro em 2024 e se diz preparado para enfrentar 2025 mais desafiador

O Bmg obteve lucro de R$ 441 milhões em 2024, com crescimento de 115,3%. No quarto trimestre, o resultado foi de R$ 125 milhões, e a inadimplência caiu para 4,4%. O banco está se preparando para um cenário desafiador em 2025, priorizando linhas essenciais de crédito e investindo em tecnologia.

O Bmg teve lucro de R$ 441 milhões em 2024, com expansão de 115,3% ante o ano anterior. No quarto trimestre, o resultado foi de R$ 125 milhões, alta de 7,1% no trimestre e de 0,2% na comparação anual. O banco não dá “guidance” (projeção), mas se diz mais preparado para enfrentar um 2025 que tende a ser mais desafiador, em meio à desaceleração econômica e às incertezas sobre o consignado, que é seu principal produto.

No ano, o retorno sobre patrimônio (ROE, uma medida da rentabilidade) retomou o patamar acima de dois dígitos, encerrando em 10,7%. A margem financeira, após o custo de crédito, subiu 17,9% para R$ 3,1 bilhões. No quarto trimestre, o indicador atingiu R$ 815 milhões, um avanço de 0,3% no trimestre e de 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

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“Temos cumprido rigorosamente nossa estratégia desde o início da reestruturação, que se traduz nas conquistas materializadas em nossos resultados de 2024”, diz Felix Cardamone, CEO do Bmg. O executivo, que assumiu em março de 2023, decidiu rever algumas estratégias da instituição, vendendo ativos e colocando certas carteiras em “run-off”, e um “voltar ao básico”, ou seja, a atuação no crédito consignado.

Para ele, mesmo diante do menor patamar de “spread” do consignado dos últimos 15 anos, em função do teto de juros no INSS, o banco conseguiu garantir a geração sustentável de resultados graças à combinação de uma gestão mais eficiente, com menor prêmio de risco na captação e maior qualidade dos ativos.

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A carteira de crédito do banco somava R$ 26,336 bilhões em dezembro, alta de 4,5% no trimestre e 10,5% na comparação anual. O consignado (empréstimo, cartão de crédito consignado e cartão benefício consignado) responde por 63,1% desse total. A inadimplência geral da carteira caiu para 4,4% em dezembro, de 4,7% em setembro e 3,5% em dezembro de 2023.

No empréstimo consignado em si, o banco chegou a paralisar a oferta via correspondente bancário no fim do ano passado, quando o teto do INSS tornou esse canal inviável. “Estamos atuando da melhor forma que a gente consegue, servindo os clientes que ainda conseguimos, aqueles com perfil de inadimplência menor e tíquete mais alto”, conta o vice-presidente Josão Consiglio.

Flávio Pentagna Guimarães, vice-presidente e diretor de relações com investidores, além de membro da família controladora, diz que é difícil imaginar para o consignado uma situação pior do que houve no ano passado. “Até pela importância do produto, acho difícil ter uma situação ainda pior. Do ponto de vista dos resultados do banco, acho que foram bastante satisfatórios em 2024, mesmo com esse momento de maior dificuldade do mercado [de consignado INSS]. Se a situação melhorar, estamos bem posicionados para conseguir capturar.”

Novo consignado privado

O Bmg diz que está analisando o novo consignado privado que deve ser lançado pelo governo, que tem potencial para destravar um mercado grande, mas que é preciso aguardar para ver quais exatamente serão as regras. “A maneira como vai ser implementado pode facilitar ou dificultar o processo. Se for algo mais fluido, sem burocracias e amarras que dificultem a oferta e criem distorções na precificação, tem um potencial muito grande”, afirma Consiglio.

Segundo Cardamone, neste ano, a carteira talvez cresça um pouco menos que os 10,5% de 2024, e possivelmente com uma mudança no mix. O banco quer priorizar as linhas “core”, como consignado e antecipação de FGTS, além de crédito pessoal e no atacado, mas vai diminuir em outras. É o caso de cartão de crédito em parceria com varejistas e também uma espécie de consignado que opera nos EUA.

Essa carteira nos EUA soma quase R$ 4,334 bilhões (16,4% do portfólio total do banco). Desde 2011 os acionistas majoritários do banco têm participação em uma companhia de crédito ao consumo com escritório na Flórida, denominada Bmg Money.

A companhia opera em diversos estados com foco em crédito consignado para funcionários do setor público, em especial em atividades de menor “turnover”, como hospitais, escolas, polícia e bombeiros. “Nós decidimos que essa carteira não é mais estratégica e vamos reduzi-la”, diz Guimarães.

O banco afirma que a resolução CMN 4.966, que busca aproximar o padrão contábil brasileiro do IFRS 9, deve ter um impacto bruto de mais ou menos R$ 1 bilhão no seu patrimônio, que cai para cerca de R$ 700 milhões após os efeitos tributários.

O Bmg também tem investido fortemente em tecnologia. Segundo o CEO, muitas plataformas estão sendo migradas para nuvem e a linguagem está sendo modernizada, para permitir atualizações em microserviços. “Isso vai trazer agilidade e economia de custos. Estamos digitalizando processos, fazendo uma revisão profunda da operação, reorganizando nossa base de dados. Assim podemos ganhar escala e sermos mais assertivos na relação com o cliente.”

*Com informações do Valor Econômico

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