Lula abre 1ª reunião ministerial: ‘não somos governo de pensamento único’

Lula promete reunificar o país e diz que não vai 'deixar para trás' nenhum ministro

Lula discursa ao abrir 1ª reunião ministerial de seu terceiro mandato (Foto: Reprodução/YouTube)
Lula discursa ao abrir 1ª reunião ministerial de seu terceiro mandato (Foto: Reprodução/YouTube)

Na primeira reunião com sua equipe ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu seu discurso aos 37 ministros nesta manhã prometendo reunificar o país. “Vamos ter que reconstruir esse país; Esse país foi semidestruído”, disse.

Lula citou a paralisação de investimentos, como no programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida, que ele promete retomar.

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“Uma quantidade de dinheiro difícil de ser mensurada em reais, que foi utilizada na perspectiva de perpetuar um governo autoritário”, observou. “Nossa tarefa é árdua, mas uma tarefa nobre. Vamos ter que entregar esse país melhor, mais saudável”.

O Brasil precisa, segundo Lula, ser um país “mais saudável da massa salarial, dos pequenos e médios empreendedores, produtores rurais, da educação e da seguridade”.

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‘Não somos governo de pensamento único’

Depois de mencionar a alegria das pessoas que foram à posse no último domingo, o presidente disse que o país vai voltar a viver a democracia e é possível fazer o país voltar a sorrir, transformando sonho em realidade.

“Não somos governo de pensamento único, de filosofia única, de pessoas iguais”, pontuou. “Pensando diferente, temos de fazer um esforço para, na reconstrução do país, a gente construa igual”.

Ainda em seu discurso, Lula disse a seus ministros hoje que é possível fazer o país voltar a crescer com responsabilidade e distribuição de renda.

“Queremos que o trabalhador tenha garantia de seguridade social, de previdência, de registro. Que o Estado garanta a ele o mínimo de segurança”, frisou.

Lula vai tratar ministros como ‘filhos’

Dirigindo-se aos 37 ministros presentes, Lula diss que integrantes da sua gestão que cometerem atos “graves” serão convidados a deixarem o governo e terão que se colocar diante da Justiça. Ao mesmo tempo, entretanto, o petista prometeu aos 37 ministros que não abandonará nenhum dos aliados “no meio da estrada”.

O recado de Lula foi dado em meio às denúncias de que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União), teria ligações com milicianos do Rio de Janeiro.

“Vamos montar o governo com gente da política e técnica muito competente. Quem fizer errado será convidado a deixar o governo, e se cometer algo grave se colocará diante da Justiça”, disse no discurso.

“Estejam certos que eu estarei apoiando cada um de vocês nos momentos bons e nos momentos ruins. Não deixarei nenhum de vocês no meio da estrada, não deixarei nenhum de vocês. Vocês foram chamados porque têm competência, vocês foram chamados porque foram indicados pelas organizações políticas que vocês pertencem, e eu respeito muito isso”, disse.

“Estejam certos de que vocês terão em mim, se possível, um irmão mais velho, se possível, um pai. Tratarei vocês como a mãe trata os filhos: com muito respeito, com muita educação e exigindo muito trabalho de cada um de vocês e de cada uma de vocês”, complementou.

O presidente mandou mensagem similar quando mencionou a questão da produção agrícola no país. Segundo ele, seu governo não permitirá que “bandidos” desrespeitem a lei. O petista deu como exemplo tanto invasões de terras que “não podem ser invadidas”, em clara indireta ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), quanto o uso de agrotóxicos que seriam irregulares.

“O Fávaro (ministro da Agricultura) é a perspectiva que temos de fazer com que pessoas sérias, do agronegócio, sejam por nós muito bem tratados. Quem quiser desrespeitar a lei, invadindo o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, a força da lei imperará sobre ele. A única coisa que não vale no país é bandido desrespeitar a boa vontade brasileira”, disse.

Relação com o Congresso

Além disso, o presidente orientou seus ministros a atenderem bem todos os deputados e senadores e prometeu fazer um mandato mais próximo do parlamento do que realizou em seus dois primeiros governos.

“Vou fazer a mais importante relação com o Congresso que eu já fiz”, afirmou. “Vocês terão um presidente disposto a fazer tantas conversas necessárias com lideranças, com Lira e Pacheco”, disse citando os presidentes da Câmara e do Senado.

Lula disse que ninguém deve ter vergonha de escolher pessoas ligadas à política para compor os ministérios porque não adianta oferecer formação acadêmica sem habilidade para negociar com o Congresso. “É o Congresso que nos ajuda, nós não mandamos no Congresso, dependemos dele”, pontuou. “Cada ministro deve ter a grandeza de atender bem cada deputado e cada senador; cada ministro tem obrigação de manter a mais harmônica relação”.

Neste mesmo sentido, Lula defendeu que é o governo quem precisa do Legislativo e de seus líderes. “Não é Lira que precisa de mim, mas é o governo que precisa de boa vontade da presidência da Câmara”, pontuou. “Não é Pacheco que precisa de mim, a gente precisa da presidência do Senado”.

Ele defendeu que é possível fazer o país voltar a crescer com responsabilidade e distribuição de renda. “Todos nós sabemos do compromisso da campanha, da volta do crescimento, geração de empregos e crescimento da massa salarial”, afirmou Lula. “É possível fazer a economia voltar a crescer, com responsabilidade e distribuição de renda e riqueza”.

O petista garantiu que seu governo irá “investir muito” no sistema cooperativo do país, no pequeno empreendedor, pequeno e médio empresário. E buscará dar segurança aos trabalhadores. “Queremos que o trabalhador tenha garantia de seguridade social, de previdência, de registro. Que o Estado garanta a ele o mínimo de segurança”, frisou.

Por fim, o presidente afirmou ainda que espera concluir a montagem do seu governo até o próximo dia 24 de janeiro. Como mostrou o Valor desde o início da semana, a gestão petista vem debatendo o preenchimento de cargos com indicados de Avante, Solidariedade, PV e Patriota, que firam irritados com a falta de espaço em ministérios.

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