Lula chama preço do ovo de absurdo e culpa exportadores

Presidente diz que vai chamar atacadistas para discutir inflação dos alimentos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que vai chamar atacadistas para uma reunião no governo federal como forma de tentar encontrar uma “alternativa” para baixar os preços dos alimentos no Brasil. Lula admitiu essa possibilidade depois que lhe “disseram” que o preço de uma cartela de 30 ovos no Brasil pode alcançar cerca de R$ 40, o que ele chamou de “absurdo”.

Sobre isso, o presidente também deu a entender que acredita que os preços estão altos nos supermercados porque os produtores estariam replicando no mercado interno o mesmo preço praticado no exterior, ou seja, baseado na cotação do dólar.

“Vamos ter que fazer reunião com atacadistas para pensarmos juntos alternativas para baixar o custo dos alimentos. O fato de estar vendendo produto em dólar, que está alto, não significa que tem que colocar no preço do brasileiro o mesmo que ele exporta”, afirmou o petista.

“Os EUA viraram importador do ovo brasileiro. Estamos conversando com os empresários para que continuem exportando, mas não pode faltar para o povo brasileiro. Não se pode colocar o mesmo preço que você exporta. Quando me disseram que caixa de 30 ovos estava R$ 40, achei absurdo. No momento que estamos vivendo, não conseguimos controlar o preço do dia para noite”, complementou.

Lula falou sobre o assunto ao conceder entrevista para a rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, Estado que visitará amanhã para assinatura do contrato de concessão do terminal ITG02, em Itaguaí (RJ), considerada um marco para o setor portuário no estado do Rio de Janeiro. Arrematado pela Cedro Participações S.A. no leilão de dezembro passado, o terminal receberá R$ 3,58 bilhões em investimentos.

O presidente se defendeu, em seguida, ao lembrar que o Brasil passou, recentemente, por graves crises de estiagem e chuva, que afetaram os produtores de alimentos do país. “O preço vai baixar e eu tenho certeza que vamos conseguir fazer que volte aos padrões do trabalhador. É importante que estamos vindo de momentos cruciais no Brasil: muito sol, muito fogo e muita chuva, tudo isso tem influência em alguns Estados. Isso impactou o o preço de alimentos como o café”, explicou.

Apesar desse cenário, Lula defendeu, por outro lado, os esforços do Ministério da Agricultura para abrir novos mercados de exportação para os alimentos brasileiros. “O Brasil está preparado para fornecer alimento ao mundo sem permitir que isso afete o preço [interno]. Não podemos aumentar o preço aqui dentro por causa do preço lá fora. O mundo quer comer e o Brasil pode ceder alimentos sem precisar desmatar nada”, concluiu.

*Com informações do Valor Econômico

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