O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, nesta quarta-feira (16), que o salário dos professores no Brasil é uma “merreca” e deu e entender que o assunto vai entrar na sua lista de prioridades após seu retorno da Rússia, no fim do mês. Segundo Lula, o governo está discutindo lançar, inclusive, um plano para que estudantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) optem por essa carreira no futuro.
“Agora vai entrar em discussão na minha pauta, quando eu voltar dos Brics, a questão dos professores. Lembro que quando aprovamos o piso salarial dos professores, muitos governadores não quiseram pagar porque diziam que não tinham dinheiro. Olha que é um salário merreca para alguém que toma conta de 40 criança dentro de uma sala de aula ou de 50”, ponderou Lula.
“Essa profissão que já foi nobre está sendo destruída porque nós descobrimos que ninguém mais quer ser mais professor. Nós vamos ter que criar um programa de incentivo para alunos que prestaram o Enem fazerem um curso para se transformarem em professores. Porque ganha muito pouco, tem muito trabalho e as pessoas não querem”, complementou o presidente durante evento alusivo ao Dia Mundial da Alimentação, no Palácio do Planalto.
No mesmo evento, Lula voltou a reclamar de empresários e do mercado financeiro por conta da discussão sobre um eventual aumento de gastos do governo federal. A crítica do presidente acontece, coincidentemente, num momento em que a equipe econômica avalia levar um conjunto de medidas de contenção de gastos para a avaliação de Lula e do Congresso Nacional, o que está previsto para acontecer logo após o segundo turno das eleições.
“Se o empresário está gastando dinheiro, isso não aparece na imprensa como gasto. Se ele pega dinheiro, nunca isso vai ser tratado como gasto, vai aparecer como investimento. Mas, no caso do governo federal, do Estado e da prefeitura, é o seguinte: você coloca mais dinheiro na saúde e isso é gasto. Se você coloca mais dinheiro na educação”, defendeu.
*Com informações do Valor Econômico
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