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Lula diz que seu governo vai explorar petróleo na Margem Equatorial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, que seu governo vai explorar, sim, petróleo na Margem Equatorial, bacia situada no extremo noroeste do país, na fronteira com a Guiana Francesa, em área que abrange o litoral do Estado do Amapá e parte do Estado do Pará.
O assunto é polêmico porque tem colocado em lados opostos os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
“Nós vamos explorar a Margem Equatorial. Não tem razão para Suriname, Guiana e Venezuela estarem encostados [na margem] e o Brasil não se certificar se tem e quanto tem de riqueza lá embaixo. Se tiver mesmo [petróleo], a nossa Petrobras tem a maior competência para explorar em águas profundas”, disse Lula em entrevista à radio Mirante News, do Maranhão, onde o presidente cumpre agenda política hoje.
Lula comparou a situação à descoberta do pré-sal, quando, de acordo com ele, houve a mesma desconfiança de que a exploração do material poderia gerar acidentes ambientais.
“Não teve um incidente da Petrobras na exploração do pré-sal. São 575 quilômetros da margem da Amazônia, então nisso vamos ter o cuidado que temos que ter. Nós vamos estudar nosso pré-sal na Margem Equatorial, pode ter certeza que vamos estudar isso”, emendou.
Apesar disso, logo em seguida, Lula admitiu contradição pelo fato de que o petróleo é um combustível fóssil que, nas palavras dele, “está entrando em rota de colisão com a modernidade do mundo”.
O assunto tem gerado pressão contínua contra o governo por parte da bancada do Amapá no Congresso. Os parlamentares da região defendem que é necessário derrubar ou reverter o parecer emitido pelo Ibama que vai contra o projeto de exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas.
O parecer dos técnicos do Ibama foi referendado, no entanto, pelo presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, o que abriu uma crise do governo junto à base aliada no Congresso. Isso porque a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, saiu em defesa do parecer do Ibama. Desde então, Lula tem tentado se equilibrar entre o discurso pró meio ambiente e a visão desenvolvimentista do seu governo.
Com informações do Valor Econômico
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