Lula não esquece Bolsonaro e diz que ainda falta fazer muito do que prometeu

Primeira reunião ministerial de 2024 ainda teve pedido de 'mais entusiasmo' na apresentação

Presidente Lula durante a primeira reunião ministerial de 2024, no Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Presidente Lula durante a primeira reunião ministerial de 2024, no Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (18) que o último ano foi de “recuperação”, que sabe que ainda falta muito a fazer naquilo que se comprometeu durante a campanha eleitoral e renovou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

As declarações de Lula foram feitas na abertura de sua primeira reunião ministerial do ano. O encontro ocorre diante de uma queda nos índices de popularidade do governo, registradas em pesquisas divulgadas nas últimas semanas.

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“Todo mundo aqui sabe que recuperar uma coisa estragada é mais difícil do que começar uma coisa nova. Todo mundo sabe a quantidade de obras em cada área que vocês pegaram, sobretudo na Saúde”, disse o presidente ao seu time. “Foi um trabalho hercúleo para recuperar tudo isso”, continuou.

‘Covardão’

O discurso de Lula não deixou de vir com uma série de críticas à gestão anterior. “Ele (Bolsonaro) nunca se preocupou em governar esse país, ele nunca se preocupou com economia, ele nunca se preocupou com políticas de inclusão social, ele se preocupa em estimular o ódio entre as pessoas, estimular a mentira nesse país”, afirmou.

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Lula citou inclusive os recentes avanços nas investigações contra Bolsonaro no que diz respeito à tentativa de golpe de Estado.

“Hoje, a gente tem clareza por depoimento de gente que fazia parte do governo dele, ou que estava no comando inclusive das próprias Forças Armadas, de gente que foi convidado pelo ex-presidente para fazer um golpe”, disse.

“Se há três meses atrás, quando a gente falava em golpe parecia apenas insinuação, hoje nós temos certeza que esse país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022”.

Lula avaliou que um golpe não ocorreu apenas por uma falta de adesão das Forças Armadas, mas também porque o ex-presidente é um “covardão”.

“Ele não teve coragem de executar aquilo que planejou, ele ficou dentro de casa aqui no Palácio chorando quase que um mês e preferiu fugir para os Estados Unidos do que fazer aquilo que ele tinha prometido”, disse Lula.

Sobre os ministérios, o presidente falou em trabalhar para repor o dinheiro das pastas para que o país possa crescer nos próximos anos. “Vamos ter que fazer trabalho imenso para repor dinheiro em ministérios”, disse.

‘Mais entusiasmo’

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, pediu para que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, tenha “mais entusiasmo” ao fazer a apresentação dos resultados do primeiro ano de governo.

O chefe da Casa Civil fez, na manhã desta segunda, a divulgação do balanço da gestão em reunião ministerial nas áreas da educação, saúde, agricultura, segurança e meio ambiente.

“O presidente está pedindo para que eu fale com mais entusiasmo aqui”, disse Rui Costa, interrompendo sua apresentação de Power Point. Nesse momento, ministros afirmaram que o pedido não foi de Lula, mas, sim, de Alckmin.

“Ah, foi o Alckmin que pediu para que eu fale com mais entusiasmo aqui”, corrigiu. O recado foi dado ao chefe da Casa Civil por meio de um bilhete.

Rui Costa dividiu a apresentação dos resultados do primeiro ano de governo em seis eixos. Na área voltada ao balanço dos investimentos, o ministro disse que, em 2024, deverá ser registrado o maior investimento com o setor privado da série histórica brasileira.

A apresentação do ministro é dividida nas áreas ‘Cuidando das Pessoas’, ‘Cuidando das Cidades, do Campo e do Meio Ambiente’, ‘Cuidando da Economia’, ‘Cuidando dos Investimentos’, ‘Cuidando do Pacto Federativo, do Diálogo e da Democracia’ e ‘Política Externa Ativa e Altiva’.

Reuniões ministeriais são tidas como “freios de arrumação” para o presidente alinhar seus ministros em torno dos discursos e prioridades da gestão.

Os 38 ministros são convocados, e outras autoridades como líderes do governo no Legislativo também costumam participar.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, desmarcou a viagem que faria à Alemanha a partir de ontem para participar da reunião.

Com informações do Estadão Conteúdo

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