Menos de 10% dos gestores projetam Ibovespa acima de 140 mil no fim do ano

O percentual de gestoras da América Latina que avaliam que o Ibovespa será capaz de encerrar este ano acima dos 140 mil voltou a recuar, passando de 17% em dezembro para apenas 9% neste mês, segundo pesquisa divulgada nesta semana pelo Bank of America (BofA).

Conforme mostra o estudo, as estimativas das casas para o Ibovespa variam entre 110 mil pontos e 140 mil pontos para o fim deste ano, o que representaria um avanço pequeno em relação ao fechamento de ontem, em que o índice encerrou aos 122.855 pontos. A pesquisa leva em conta a avaliação de 32 gestoras com cerca de US$ 47 bilhões sob gestão.

De acordo com o banco, as casas continuaram mais defensivas em janeiro e destacaram a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) adote uma postura mais cautelosa e mantenha as taxas de juros americanas elevadas por mais tempo como um dos maiores riscos de cauda para a América Latina.

Foi citada também a preocupação de que a moeda americana continue a se apreciar em relação ao real em meio ao maior protecionismo americano. As gestoras passaram a estimar que o dólar finalize este ano em R$ 6,10, o que seria um pouco acima da projeção de R$ 6,00 esperada em dezembro.

O estudo também trouxe que 44% das casas esperam que a Selic finalize o ciclo de aperto monetário entre 14,25% e 15,00%, enquanto 31% defenderam que a taxa básica de juros final possa ser ainda maior, de 15,25% ou mais, o que representaria, pelo menos, 1 ponto percentual acima do valor que foi contratado pelo Banco Central na reunião de dezembro.

No estudo, o BofA chamou a atenção também que não há consenso de qual país da América Latina poderá performar acima da média neste ano. Segundo o estudo, 28% dos participantes afirmaram que o México poderia se sobressair, enquanto 25% responderam que o Brasil poderia ter destaque. Ao mesmo tempo, 25% das casas afirmaram que nenhum dos dois poderia ter um desempenho superior à média.

A pesquisa mostrou ainda que mais da metade das casas espera que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) fique entre 1% e 2% neste ano. Em dezembro, o percentual era um pouco menor, pouco acima de 40%.

A expectativa de um PIB menor e de uma Selic mais elevada ajudou a incrementar o percentual de casas que acreditam que haverá revisões para baixo nos lucros das companhias, especialmente as mais ligadas à economia doméstica. Em janeiro, o número chegou a quase 60%, contra pouco mais de 40% em dezembro.

*Com informações do Valor Econômico

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