Mercadante sobre Haddad: ‘Não nos peçam para deixar de dizer o que pensamos’

Apesar da fala, presidente do BNDES prometeu lealdade

Fernando Haddad (ministro da Fazenda) e Aloizio Mercadante (presidente do BNDES).  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fernando Haddad (ministro da Fazenda) e Aloizio Mercadante (presidente do BNDES). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse nesta segunda-feira (20) que “não adianta tentar inibir o BNDES que não vão conseguir”, ao mencionar as iniciativas do banco de discussões de políticas econômicas.

Ao abrir o seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, promovido pelo banco em sua sede, no Rio, Mercadante defendeu que haverá um ciclo intenso de discussão porque o BNDES tem esse papel e não há nenhuma intenção de substituir qualquer ministério.

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“Não adianta tentar inibir o BNDES porque não vão conseguir. Podem exigir pluralismo, que todas as correntes se expressem. Roberto Campos e Celso Furtado conviveram nessa casa”, disse.

Houve rumores de que a realização do seminário seria uma eventual tentativa de Mercadante de interferir em política fiscal. E isso teria gerado conflito com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que confirmou participação no encerramento do seminário, nesta terça-feira, 21.

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“Vamos ter um ciclo intenso de discussão porque o BNDES tem esse papel. Não estamos aqui substituindo nenhum ministério. Estamos aqui complementando para que a gente não cometa erros que já fizemos ou que outros países cometeram”, afirmou o economista na mesa de abertura do evento.

“Temos uma longa história de formulação de políticas públicas, de abrir horizontes, de trazer reflexões. O BNDES vai ser centro de reformulações, o BNDES vai pensar antes de fazer.”

Sobre uma possível tentativa de inibir discussões no BNDES, Mercadante afirmou que o banco tem uma longa histórica de formulação de políticas públicas e lembrou a coexistência de Roberto Campos e Celso Furtado no banco.

“O ministro Haddad pode esperar de mim e do banco total lealdade e parceria, ao contrário das especulações, mas não nos peçam para deixar de dizer o que nós pensamos”, disse próximo de concluir sua fala.

Na plateia, economistas de viés diferente do predominante no governo, como Pedro Malan e Eduardo Giannetti, prestigiam o seminário, assim como os ex-ministros Raul Jungmann, da Defesa, e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente.

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