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Mercado cripto encerra semana tensa com dúvidas sobre contrapartes da FTX
Bitcoin (BTC), ether (ETH) e as principais moedas digitais terminaram mais uma semana tensa com dúvidas dos investidores sobre potenciais contágios ainda desconhecidos de contrapartes em diversos negócios da FTX, exchange que entrou em recuperação na semana passada com cerca de 1 milhão de credores.
Diante de incertezas no mundo dos criptoativos e um cenário macroeconômico também indefinido para os ativos de risco em geral, o bitcoin e o ether seguem sem expectativa de alçar um patamar sustentável de preços pelo menos até a virada do mês.
Para a próxima semana, os analistas chamam atenção para a situação da Genesis e outras contrapartes da FTX em negócios de criptoativos, além de eventuais oportunidades que surgem ligados a plataformas e protocolos de finanças descentralizadas, que receberam fluxo de investidores vindos de exchanges centralizadas.
Apesar da relativa resiliência das moedas digitais nesta semana, analistas do setor não descartam novas baixas e patamares ainda menores, dependendo do comprometimento de empresas expostas à crise da FTX.
Para Tasso Lago, fundador da Financial Move, depois de um período de correção, o mercado cripto ficou praticamente parado nesta semana por conta da crise da FTX. Apesar da lateralização de preços, ele afirma que a tendência é de baixa, podendo o bitcoin recuar para a faixa entre US$ 14 mil e US$ 12 mil. “Não temos real noção do impacto; eram mais de 130 empresas envolvidas com a FTX, mais os fundos e operações gigantes que rodavam dentro da própria FTX. O mercado ainda está esperando para ver o que vai acontecer”, disse.
Lucca Benedetti, analista do Research do MB, afirma que a situação mais preocupante é mesmo a da Genesis, que atua com crédito como a Celsius porém com tamanho muito maior e clientes institucionais relevantes.
“O contágio é o que mais preocupa o mercado. A quebradeira pode ficar muito pior se comprometer a Genesis”, disse.
Perto das 18h45 (horário de Brasília), o bitcoin era negociado a US$ 16.659,46, com baixa de 0,4% nas últimas 24 horas, segundo o CoinGecko. Já o ether estava em US$ 1.211,37, com valorização de 0,3%. Em reais, o bitcoin valia R$ 89.750,02 (alta de 0,34%) e o ether, R$ 6.522,58 (baixa de 0,58), segundo dados do MB.
José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, reconhece que o tombo para o segmento foi geral e que boa parte das criptomoedas vão encontrar dificuldade para caminhar para uma recuperação mais sustentada no curto prazo. “Porém, investidores que entendem os fundamentos dos seus ativos, utilizam estratégias como gerenciamento de risco e, principalmente, buscam ativos mais consolidados, estão mais tranquilos quanto à recuperação, sobretudo no médio e longo prazo. O bitcoin bateu o menor patamar desde 2020. No entanto, ao invés da preocupação sobre o fim deste ativo, muitos aproveitaram para comprar por um valor promocional”, disse.
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