Mercado cripto defende recuperação da véspera apesar de temor de contágio da FTX

Bitcoin opera no azul mesmo com insolvência da FTX, quarta maior exchange de criptoativos do mundo

Os mercados de criptoativos chegam ao último dia útil de uma das semanas mais tensas do segmento de ativos digitais tentando preservar a recuperação da véspera, resultado da melhora nos ativos de risco tradicionais, apesar dos temores de contágio e desdobramentos da possível falência da FTX.com.

Maior das criptomoedas, o bitcoin (BTC) manteve-se no azul, negociado acima de US$ 17 mil, enquanto o ether perdeu o patamar de US$ 1.300 nos negócios da Ásia.

Reguladores das Bahamas e possivelmente da União Europeia decidiram congelar os ativos da FTX, que também é investigada pela SEC (CVM dos EUA) por suspeita de violar regras de valores mobiliários. Como consequência, a startup BlockFi, que faz empréstimo cripto e que contava com funding da FTX, suspendeu os saques.

Perto das 9h20 (horário de Brasília), o bitcoin tinha alta de 4,6% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 17.356, enquanto o ether subia 6,5% para US$ 1.276, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas era de US$ 911 bilhões – US$ 159 bilhões menos do que na manhã de segunda-feira desta semana.

Bitcoin em relação ao real

Em reais, as criptomoedas foram ainda beneficiadas pela alta do dólar, que ontem subiu 4,1% para R$ 5,417 com as incertezas fiscais em relação ao governo Lula. O bitcoin tinha alta de 6,38% a R$ 93.308, enquanto o ethereum subia 7,29% a R$ 6.864, de acordo com valores fornecidos pelo MB.

“Aos poucos o estrago que a insolvência da FTX causou vai aparecendo. Nos próximos dias mais efeitos colaterais irão aparecer e o mercado pode sofrer ainda mais. Mesmo com o alívio de ontem dos dados de inflação, que vieram abaixo do esperado, a alta do mercado cripto parece insustentável”, disse André Franco, chefe de pesquisa do MB.

Israel Buzaym, sócio da Bitpreço, pontua a preocupação dos investidores com a possibilidade de quebra da FTX, que causou perdas no mercado como um todo. “É importante destacar que o problema que praticamente levou à ruína uma das maiores empresas cripto do planeta reforça o que sempre recomendamos aos nossos investidores: mantenham seus bitcoins em suas wallets e não nas exchanges”, disse.

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