Mercado opera mais uma vez de olho nos dados de inflação, desta vez o CPI, nos Estados Unidos

Dado sobre a inflação americana será importante pois deve ajudar a formar as expectativas dos investidores sobre as próximas decisões de juros do banco central dos EUA

Entrada do prédio da Bolsa de SP - Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo
Entrada do prédio da Bolsa de SP - Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

Atualização: Em 12/7/23 a B3 informou que houve um erro na divulgação dos dados de fechamento em 11/7/23. Assim, o fechamento correto foi de queda de 0,32% a 117.555 pontos. O texto da matéria abaixo já reflete essa correção.

Nesta quarta-feira (12), mais uma vez, os investidores operam de olho nos dados de inflação. Hoje, a informação relevante são os preços ao consumidor nos Estados Unidos, que serão divulgados às 9h30 (horário de Brasília). A projeção mediana dos economistas aponta para um crescimento de 0,3% no Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) relativo a junho.

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O dado pode ser fundamental para saber quais serão os próximos passos da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Se vier abaixo do esperado, é possível que os preços dos ativos de renda variável se valorizem diante de especulações de que o Fed possa aumentar menos os juros.

O CPI americano de junho ganhou importância especial nos últimos dias, depois que o Payroll do mês passado entregou dados mistos, com desaceleração nas contratações e forte alta salarial. Agora, os analistas miram a dinâmica do consumo das famílias nos EUA para identificar pistas mais claras sobre o futuro da política monetária do Fed.

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Novos diretores do BC assinam termos de posse

Às 10h, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino, indicados para as diretorias de política monetária, devem assinar os termos de posse, em cerimônia fechada à imprensa, na sede do Banco Central, em Brasília.

“A partir da assinatura, eles passarão a exercer os cargos a que foram nomeados”, disse a autoridade monetária em comunicado divulgado na terça-feira (11).

IPCA

Na terça, o mercado repercutiu os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mostraram deflação de 0,08% em junho. A novidade ontem foi uma mudança de rumo da inflação em relação a maio, quando registrou elevação de 0,23%. O resultado ficou dentro do intervalo das projeções, que ia de recuo de 0,16% a baixa de 0,01%. O IPCA acumulado em 12 meses até junho alcançou 3,16%, ante 3,94% em maio.

Atualmente, para conduzir a taxa básica de juros, a Selic (13,75% ao ano), o BC mira 2024, para o qual a meta de inflação é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Como a inflação de junho ficou, em termos quantitativos, em linha com as projeções do Banco Central, o mercado começou a especular o tamanho do corte da taxa básica de juro, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece nos dias 1 e 2 de agosto.

Durante boa parte do pregão da bolsa de valores, as taxas de juros futuras operaram em alta firme, até perderem força e fecharem o pregão próximos da estabilidade. Mesmo assim, a cautela fez o mercado reduzir as apostas em um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) na decisão do Copom de agosto. As apostas são de um corte mais moderado, na casa dos 0,25 p.p.

Guillen, do BC: parcimônia e cautela

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, destacou na terça a importância de cinco fatores para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom): expectativas de inflação; projeções do próprio BC; balanço de risco; inflação de serviços e hiato do produto.

Segundo ele, foi a avaliação desses fatores que levou o Copom a falar no seu comunicação oficial em “parcimônia e cautela” na condução da política monetária.

As afirmações de Guillen foram feitas no Fórum Anual de Economia e Cooperativismo de Crédito, promovido pelo Sicredi.

Sobre o IPCA de junho, Guillen destacou que os números corroboram o “cenário de desinflação em dois estágios”. Ele chamou atenção para a perda de força da inflação de bens industriais e alimentação que aconteceu no primeiro estágio, afirmando, por exemplo, que “vem se consolidando um cenário benigno” para alimentação. No entanto, o segundo estágio, atual, disse ele, “é mais custoso”, como mostra a dificuldade de “trazer a inflação de serviços para a meta”.

Mercado ontem

O Ibovespa fechou em queda de 0,32%, a 117.555 pontos, na terça e o dólar caiu 0,43%, a R$ 4,8616, depois de ensaiar nova alta no começo do dia.

Em Wall Street, o índice Dow Jones teve alta de 0,93% a 34.261 pontos, o S&P 500 registrou valorização de 0,67% a 4.439 pontos e o Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, avançou 0,55% a 13.761 pontos.

No pregão de terça, em Nova York, o setor financeiro teve bom desempenho, a poucos dias da divulgação dos balanços de J.P. Morgan Chase (+1,59%), Wells Fargo (+0,99%) e Citigroup (+1,86%).

O destaque do dia, porém, foi a empresa de games Activision-Blizzard, que saltou 10,02%, após o judiciário dos EUA negar o pedido da Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) de uma liminar para impedir a aquisição da empresa pela Microsoft. A decisão deixa as duas empresas mais perto de concluir o negócio.

O petróleo subiu mais de 2% na terça-feira e bateu seu maior valor de fechamento das últimas 10 semanas, apoiado pela percepção de que a China vai aumentar o apoio fiscal no país para melhorar o nível da atividade local após indicadores decepcionantes da maior economia asiática.

Com informações do Estadão Conteúdo

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