Mercado precifica quatro cortes nos juros americanos após tarifaço de Trump

Estimativas do mercado estão em desacordo com a indicação do banco central dos Estados Unidos

O mercado adicionou mais um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) até o fim do ano, um dia após anúncio de Donald Trump sobre tarifas recíprocas, com um piso de 10%.

Agora, segundo a maioria dos analistas americanos, serão quatro reduções na taxa básica de juros do país, de 25 pontos-base até dezembro, levando os juros para a faixa de 3,25% a 3,50%.

Ontem, antes do anúncio das tarifas, o mercado apostava em três cortes nos juros, com boa parte do analistas antecipando a terceira e última redução para acontecer em dezembro.

Ambas as estimativas do mercado estão em desacordo com a indicação do Fed. Na última reunião do Comitê Federal de Mercado aberto (Fomc), a autarquia indicou no gráfico de pontos (‘dot plot’) apenas duas reduções.

Uma das justificativas para a revisão do mercado sobre os rumos dos juros é o possível impacto as tarifas na desaceleração da economia americana, o que levaria o Fed a cortar os juros mais agressivamente, no intuito de impulsionar a economia.

Os economistas do Citi, liderados por Andrew Hollenhorst, compartilham dessa visão e têm uma aposta ainda mais agressiva do que a maioria do mercado. O cenário base do Citi aponta que o Fed começará a cortar as taxas de juro já em maio, e entregará 125pb de cortes totais este ano, levando os Fed Funds para a faixa de 3% a 3,25%.

“Esperamos que o Fed corte as taxas de juros de forma agressiva no final deste ano”, disseram os economistas.

Para os economistas do Citi, a desaceleração já evidente da atividade econômica dos Estados Unidos é mais provável de continuar após o anuncio das tarifas.

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