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Mercado projeta crescimento de 0,5% em 2023 e vê inflação menor
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Analistas também revisam índice de preços para baixo neste ano
Bancos e corretoras passaram a projetar um crescimento de 0,5% em 2023, de acordo com o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). Há quatro semanas, a projeção era de alta no PIB de 0,41%.
O relatório Focus reúne as projeções de mercado para os principais indicadores da economia, como PIB, juros e inflação.
No caso do PIB deste ano, a expectativa é de crescimento de 2,39%, acima dos 2% esperados há um mês. As mudanças nas projeções refletem os impactos da PEC Eleitoral, que injetou R$ 41,2 bilhões na economia, por meio do aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 até o fim do ano e outras medidas.
Apesar do impacto positivo no crescimento no curto prazo, os efeitos negativos gerados pela incerteza fiscal devem ser duradouros e até rebaixar o crescimento no futuro, apontam especialistas ouvidos pelo GLOBO.
O Banco Central projeta crescimento de 1,7% para este ano, mas o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, já sinalizou que o número deve ser revisado para próximo de 2%.
Inflação em queda
As expectativas para a inflação tanto para este ano quanto para 2023 vêm caindo nas últimas semanas. Para 2022, a projeção do mercado é de 6,4%, abaixo dos 7,02% esperados há um mês.
Já para o ano que vem, a projeção é de 5,17%, também queda na comparação com quatro semanas atrás, quando estava em 5,38%.
O país teve o segundo mês seguido de deflação em agosto. A inflação acumulada em 12 meses ficou em 8,73%, queda puxada pela queda dos preços de combustíveis e energia. Os preços sofreram impacto da redução de impostos e do teto de ICMS para os dois setores.
Apesar da trajetória de queda, nesses patamares, a inflação continuará estourando a meta para ambos os anos. Para 2022, a meta é de 3,5% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. No caso de 2023, a meta é de 3,25% com teto de 4,75% e piso de 1,75%.
Itaú eleva PIB de 2022 para 2,5% e corta IPCA para 6,0%
A surpresa com os dados de atividade no segundo trimestre levaram o Itaú Unibanco a revisar para cima sua projeção para o PIB no fim do ano. O banco agora estima uma expansão da economia de 2,5%, contra 2,2% anteriormente.
“Apesar da melhora no curto prazo, os fundamentos continuam indicando que a economia deve perder força ao longo dos próximos meses. Nossos indicadores diários apontam para uma desaceleração da atividade”, pondera o Itaú em sua revisão de cenário. “Efeitos defasados da política monetária contracionista e diminuição da renda disponível (apesar do aumento do Auxílio Brasil) impactam negativamente o consumo de bens e serviços.”
Os recentes cortes no preço da gasolina e a projeção de que novos devem acontecer nas próximas semanas, a queda do preço do etanol, do leite e também aumento do repasse sobre a conta de energia do corte do ICMS também levaram a uma queda na projeção para o IPCA este ano, de 7,0% para 6,0%.
Por outro lado, a estimativa par 2023 segue em 5,3%. O banco estima que, embora os riscos altistas estejam cedendo, a desinflação se mostrará lenta, na esteira de um risco fiscal mais elevado e do aquecimento do mercado de trabalho e dos serviços.
Juros estáveis
Mesmo com as mudanças nas projeções de PIB e inflação, a expectativa do mercado para o comportamento da taxa básica de juros, a Selic, continua estável.
A expectativa é que a taxa fique em 13,75% no final deste ano. Esse é o atual patamar da Selic e o BC vai tomar uma nova decisão neste mês se mantém nesse nível ou eleva para 14%.
Para 2023, a expectativa é que a Selic termine em 11,25%. Há duas semanas, o mercado havia ajustado essa projeção para cima em 0,25 p.p.
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