Ministério da Indústria e Comércio da Rússia recomenda suspender exportações de fertilizantes
Decisão deve levar a uma forte alta de alimentos; governo brasileiro acredita que decisão pode não se aplicar ao Brasil
A Rússia determinou que seus produtores locais de fertilizantes interrompam as exportações devido a problemas de logística, segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Indústria e Comércio russo.
Fertilizantes como potássio e nitrogênio são em grande parte transportados por trens e navios. Esses modais foram atingidos desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, já que os carregadores estrangeiros se afastaram da região. Por exemplo, várias grandes empresas de navegação, incluindo as maiores operadoras de navios porta-contêineres do mundo – A.P. Moller-Maersk e Mediterranean Shipping – suspenderam temporariamente os serviços para portos russos.
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A Rússia foi responsável por 18% do mercado de potássio em 2017, segundo o Serviço Geológico dos EUA. Entre outros fertilizantes, também respondeu por 20% das exportações de amônia e 15% da ureia, segundo o Scotiabank.
O preço dos fertilizantes já disparou. Por exemplo, o preço da amônia anidra, um fertilizante importante usado para o milho, atingiu um recorde no mês passado de US$ 1.492 por tonelada. Ou seja, analistas estimam que a atual decisão, junto a alta dos preços, deverá levar a um forte aumento dos alimentos.
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E os embarques para o Brasil?
A notícia sobre a recomendação do governo russo para que os produtores de fertilizantes suspendam temporariamente suas exportações não está clara para o governo brasileiro.
Fontes do Itamaraty e do Ministério da Agricultura foram informadas que a medida se aplicaria somente às vendas para a União Europeia e que os embarques para o Brasil estariam garantidos. Mas aguardam uma comunicação oficial de Moscou.
A decisão de suspender as exportações de fertilizantes adiciona uma enorme incerteza no mercado global num momento em que produtores agrícolas do Brasil – o maior importador de fertilizantes do mundo – já relatam preocupação em garantir o suprimento para a próxima safra.
O Brasil é o maior exportador global de soja, café e açúcar e, se sua produção agrícola for afetada, isso fará os preços de alimentos subirem no mundo todo.
Com informações do The Wall Street Journal e O Globo.