Monitor do PIB tem 2ª queda seguida em agosto, mas não assusta, diz FGV

A queda de 0,2% apresentada pelo Monitor do PIB em agosto na comparação com julho não chega a ser um resultado alarmante, embora represente o segundo recuo seguido, porque essas duas baixas acontecem depois de oito avanços seguidos do indicador, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). A análise é […]

Mudanças no site e redes sociais apresentam novo posicionamento, e trazem conteúdo focado na jornada individual do investidor
Mudanças no site e redes sociais apresentam novo posicionamento, e trazem conteúdo focado na jornada individual do investidor

A queda de 0,2% apresentada pelo Monitor do PIB em agosto na comparação com julho não chega a ser um resultado alarmante, embora represente o segundo recuo seguido, porque essas duas baixas acontecem depois de oito avanços seguidos do indicador, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). A análise é da economista Juliana Trece, responsável pelo índice.

“Foi o segundo mês em queda, que não foi forte, perto de zero. Não é alarmante essa queda. O indicador está crescendo forte desde o ano passado e em julho, por exemplo, caiu porque cresceu muito em junho, com alta de 1,7%. Julho foi uma queda natural e em agosto aconteceu mais uma, mas não é alarmante”, diz Trece, lembrando que, em julho, o índice caiu 0,3% depois de ter acumulado uma alta de 5% durante o período de oito avanços mensais seguidos.

Inscreva-se e receba agora mesmo nossa Planilha de Controle Financeiro gratuita

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

O resultado de agosto frente a julho mostrou alta em quase todos os quesitos do lado da demanda, com recuo apenas das exportações. O consumo das famílias subiu 0,9%; o consumo do governo cresceu 1,2%; a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) avançou 0,8%; e a importação teve alta de 2,6%. A única queda ficou por conta da exportação, que retrocedeu 2,5% frente ao mês anterior.

“Enxugou muito a exportação porque a agropecuária e a indústria extrativa não estão tão fortes”, ressalta Trece, lembrando que em 2023 a exportação teve forte alta principalmente por causa do bom desempenho do setor agropecuário. “A nossa exportação depende muito do agro e da extrativa.”

Últimas em Economia

Este ano, ela diz, a estrutura do crescimento está diferente. As importações, por exemplo, acontecem em todos os setores, inclusive naqueles destinados ao investimento, ajudando a “turbinar” a FBCF.

“Quando olhamos o dado, vemos que a importação tem sido importante para o investimento”, afirma a economista.

Do lado da oferta, Trece mostra que apenas os serviços apresentaram queda na passagem de julho para agosto, com baixa de 0,6%. A indústria ficou estável, enquanto a agropecuária subiu 1,7%.

A economista ressalta que, apesar do zero a zero entre julho e agosto, a indústria trouxe dados que não deixam de ser positivos. A construção, por exemplo, subiu 1,1%, contribuindo para alavancar o investimento. Nas demais, quedas pequenas de 0,3% tanto na indústria de transformação quando na eletricidade e recuo mais forte, de 1,4% na indústria extrativa.

“A indústria ficou parada, mas a construção continua forte. O número não é de todo ruim. Vamos aguardar próximos meses para ver se é preocupante, mas não parece”, afirmou Trece.

Ela lembra ainda o efeito sobre a taxa de investimento, que sobe, uma vez que o PIB tem pequeno recuo, mas os investimentos seguem em alta. A taxa chegou em agosto a 18,1% do PIB, acima da média de 17,9% registrada desde janeiro de 2000.

A economista ressalta que a FBCF se beneficia, ainda, de uma base de comparação baixa, uma vez que, em anos recentes, houve “muita dificuldade” no investimento. Um exemplo está na própria média destacada pelo Monitor do PIB, que é de 17,9% se for considerado o começo do ano 2000, mas que cai para 16,4% quando considerado apenas o período a partir de janeiro de 2015.

*Com informações do Valor Econômico

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS