Na contramão do exterior, Ibovespa recua diante das incertezas com Fed e Copom

Em meio à alta dos juros futuros, o Ibovespa recua e destoa do exterior, na véspera das decisões do Federal Reserve (Fed) e Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Os dados de vendas de varejo e produção industrial nos Estados Unidos de agosto acima do esperado causaram maior pessimismo entre os investidores locais, […]

Em meio à alta dos juros futuros, o Ibovespa recua e destoa do exterior, na véspera das decisões do Federal Reserve (Fed) e Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Os dados de vendas de varejo e produção industrial nos Estados Unidos de agosto acima do esperado causaram maior pessimismo entre os investidores locais, já que a resiliência da atividade econômica americana ajuda a calibrar as expectativas para um corte de juros menos agressivo pelo banco central americano.

Além disso, a incerteza em torno da magnitude da alta da Selic também deixa o tom dos negócios mais cautelosos, segundo operadores.

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Por volta das 12h50, o Ibovespa caía 0,36%, aos 134.635 pontos. A mínima intradiária era de 134.180 pontos, e a máxima, de 135.118 pontos. O volume financeiro projetado para o índice no dia era de R$ 12,4 bilhões. Em Nova York, o S&P 500 tinha alta de 0,36%, o Dow Jones ganhava 1,12% e o Nasdaq avançava 0,69%.

As vendas no varejo dos EUA subiram 0,1% em agosto, ante expectativa de queda de 0,2%. Já o relatório de produção industrial americano aponta alta de 0,8% em agosto, acima do consenso de avanço de 0,2%. Embora as apostas em torno de um corte mais agressivo de 0,5 ponto percentual pelo Fed ainda sejam majoritárias de acordo com o CME Group, logo após a divulgação dos dados o Ibovespa futuro passou a cair, o que já indica hesitação entre os investidores.

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Por outro lado, alguns agentes financeiros relataram estranheza com a reação do mercado, já que as bolsas em Nova York continuaram em terreno positivo, e citam o cenário doméstico como um fator que ajuda a pesar sobre a bolsa.

“O cenário para setembro é de alta no IPCA e amanhã a Selic deve subir com um discurso mais duro”, diz um trader. “Ainda há dúvida em relação ao tamanho do corte de juros nos EUA.”

Após a divulgação dos dados americanos, os juros futuros passaram a subir, acompanhando os Treasuries. Já as taxas de longo prazo concentram os maiores avanços, pressionados pela desconfiança do mercado com a política fiscal, especialmente após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmar que vai conceder crédito extraordinário para o combate de incêndios causados pela seca no país.

Assim, a queda do índice é liderada por ações sensíveis à economia doméstica, como Locaweb ON, que cede 2,40%, e Renner ON, que cai 2,12%. Entre as “blue chips”, as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras recuam 1,30% e 0,97%, respectivamente, apesar da alta do petróleo no mercado internacional e depois de terem impulsionado o Ibovespa na sessão anterior. Sem o referencial do minério de ferro devido ao feriado na China, Vale ON recua 0,53%, refletindo as incertezas com a economia do país.

Uma pesquisa do Bank of America (BofA) realizada com gestores de ações aponta que, em 2025, espera-se que o Ibovespa negocie entre 130 e 140 mil pontos. Apenas 23% dos entrevistados projetam que o índice deve operar acima dos 150 mil pontos até o fim do próximo ano.

*Com informações do Valor Econômico

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