NY: Bolsas fecham em alta com otimismo sobre balanços e dados econômicos

Os três principais índices acionários de Wall Street terminaram a sessão desta quarta-feira com ganhos consistentes

Veja o desempenho das bolsas de NY -  Foto: Richard Drew/AP
Veja o desempenho das bolsas de NY - Foto: Richard Drew/AP

Os três principais índices acionários de Wall Street terminaram a sessão desta quarta-feira com ganhos consistentes, em dia marcado pelo bom humor após balanços corporativos positivos e dados econômicos mais fortes. Na sessão, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano chegaram a avançar com algum ímpeto após comentários do presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, James Bullard, mas ao longo da tarde, com o apetite por risco permanecendo forte, os yields acabaram perdendo fôlego.

No fim da sessão, o índice Dow Jones terminou em alta de 1,29%, a 32.812,50 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 1,56%, a 4.155,17 pontos, e o Nasdaq cresceu 2,59%, a 12.668,16 pontos. Entre os índices setoriais do S&P 500, o maior ganho veio do segmento de tecnologia, em alta de 2,69%. Dentro deste grupo, o destaque ficou com as ações da empresa de pagamentos online PayPal, com avanço de 9,25%, depois que a empresa elevou sua orientação de lucro anual. Também se sobressaíram as ações da empresa de software de antivírus NortonLifeLock, com ganhos de 7,91%, após o órgão britânico de fiscalização de concorrência permitir a compra da concorrente Avast.

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Outro setor que chamou atenção na sessão foi o de consumo discricionário, avançando 2,52% no dia. Entre os destaques ficaram a empresa de cruzeiro Royal Caribbean, a cadeia de lojas de departamentos Ross Stores e a Starbucks. Esta última apresentou queda em seus lucros, mas teve receita recorde, segundo divulgado no balanço ontem após o fechamento do mercado.

Também em relação a balanços, as ações da farmacêutica Moderna subiram 15,97%, após suas vendas aumentarem 9% no segundo trimestre, ainda que os custos vinculados a um excedente de doses da vacina da Covid-19 tenham contribuído para uma queda no lucro.

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“Os mercados estão respirando um pouco para avaliar o que está acontecendo globalmente. Ainda há muita inflação, os bancos centrais estão mantendo essa retórica agressiva e temos alguma geopolítica em cima disso”, disse Olivier Marciot, gerente global de portfólio macro na Unigestion, à “Dow Jones Newswires”. Mas os ganhos têm sido muito bons, em termos de superar as expectativas, acrescentou Marciot.

Hoje pela manhã, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, voltou a fazer comentários sobre a política monetária do BC americano. Em entrevista à rede de TV americana CNBC, Bullard disse esperar que os juros alcancem a faixa entre 3,75% e 4% ainda neste ano, ao ter em vista que o Fed continua sua batalha contra a inflação, que está nos níveis mais elevados desde os anos 1980. “Acho que provavelmente os juros terão de ficar mais altos por mais tempo para obtermos as evidências que precisamos ver de que a inflação está realmente perdendo força em todas as dimensões e caindo de maneira convincente, não apenas um pouco mais aqui e ali.”

Depois dos comentários, os rendimentos dos títulos do Tesouro, que já subiam, ampliaram o movimento de alta. Já o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, também ampliou ganhos. Ambos os movimentos, porém foram perdidos ao longo da tarde. Perto das 17h10, o índice DXY subia 0,13%, enquanto o rendimento da T-note de dez anos operava em queda, a 2,715%, de 2,753%.

Os rendimentos também perderam apoio do avanço dos preços do petróleo. Como a commodity tem ajudado a alimentar a inflação alta, um alívio nos contratos ajuda a atenuar o movimento de aperto monetário. No fim das negociações, os contratos de petróleo fecharam com queda de mais de 3%. O setor de energia foi po único a terminar com perdas na sessão, caindo 2,97%.

O otimismo de hoje, que já vinha desde o início da sessão em Nova York, foi alimentado ainda mais com a divulgação do índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços referente ao mês de julho, do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). O índice subiu para 56,7 em julho, de 55,3 em junho.

Esse aumento surpreendente do índice ISM sugere que a economia segue sólida, apesar dos receios de uma recessão, disseram os economistas do Wells Fargo Tim Quinlan e Shannon Seery, em nota. “Os agregados familiares continuam a gastar em serviços e estão a poupar ao ritmo mais baixo desde a crise financeira de forma a gastar num ambiente de rápida inflação”, diz o Wells Fargo.

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