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NY: Bolsas fecham em queda após ‘onda vermelha’ não se firmar no Congresso americano
Os três principais índices acionários de Wall Street terminaram a sessão em queda consistente, em meio a um avanço não tão forte dos republicanos no Congresso americano, após uma expectativa de que as eleições garantiriam uma “onda vermelha” nas duas casas. A sessão foi marcada também pela preocupação com o segmento de criptomoedas, com a crise de liquidez do FTX. O pregão teve um fortalecimento do dólar no exterior e uma instabilidade dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano.
No fim das negociações, o índice Dow Jones terminou em queda de 1,95%, a 32.513,94 pontos, enquanto o S&P 500 registrou perdas de 2,08%, a 3.748,57 pontos, e o Nasdaq caiu 2,48%, a 10.353,18 pontos. Todos os onze índices setoriais do S&P 500 fecharam em queda, com destaque para o tombo de 4,88% do setor de energia, em dia em que os preços dos contratos de petróleo recuaram com força em meio à preocupação com a demanda pela commodity, com restrições na China devido a novos casos de covid e desaceleração da atividade econômica nos EUA e na Europa.
O tema que dominou a sessão de hoje foram as eleições nos Estados Unidos. Como apontou Ian Lyngen, analista do BMO Capital Markets, a lição mais relevante para os mercados financeiros é a falta de uma onda decisiva para qualquer uma das partes. “Os republicanos parecem estar no caminho certo para ganhar o controle da Câmara – embora com uma margem menor do que se supunha anteriormente”, escreveu em nota. “Com a Câmara provavelmente garantida pelo Partido Republicano, suspeitamos que o impasse emergirá como o tema político para os próximos dois anos – um pano de fundo que historicamente tem sido construtivo para ativos de risco.”
Para Jim Reid, chefe de pesquisa do Deutsche Bank, mesmo tendo mostrado nas últimas semanas que os ciclos pós eleições de meio de mandato costumam beneficiar o S&P 500, o cenário agora não é o mesmo. “Os mercados estarão mais baixos no próximo ano e o padrão usual de médio prazo não se repetirá”, afirmou. Para ele, a verdadeira quebra deverá ocorrer porque em geral nesse histórico não houve início de uma recessão no terceiro ano de governo de um presidente, o que deve ocorrer ano que vem sob Biden. “Houve recessões herdadas que terminaram no primeiro trimestre do terceiro ano, mas para os outros trimestres do mesmo terceiro ano, o gráfico mostra um impressionante zero por cento”, afirmou. “Dado que as ações tendem a cair em média no meio de uma recessão, você pode ver que a história sugere que o terceiro ano do ciclo presidencial sempre teve uma corrida clara de uma maneira que nenhum outro ano teve.”
Outro grande assunto de destaque tem sido a liquidez da FTC.com. A sétima maior corretora de criptoativos do mundo enfrenta grandes problemas de liquidez e insolvência. A maior corretora do mundo, a Binance, chegou a anunciar uma compra da sua rival ontem, mas hoje a empresa afirmou que não irá seguir com a aquisição. O site especializado em criptomoedas CoinDesk teria informado que a Binance estava insatisfeita com os dados internos da FTX e seus compromissos de empréstimo, após fazer uma investigação na empresa. “As criptomoedas estão sob intensa pressão, pois os riscos de contágio permanecem elevados devido à crise de liquidez do FTX. Ninguém quer tocar em nada que tenha laços com FTX e isso é uma notícia preocupante”, escreveu Edward Moya, analista sênior da Oanda, em nota.
Em meio ao temor de um hecatombe nas criptomoedas, o dólar caminha para recuperação no exterior e o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados emergentes, operava em forte alta de 0,75%, a 110,463 pontos, perto das 18h30. No mesmo horário, o rendimento da T-note de dez anos operava em queda, a 4,085%, de 4,133%, enquanto o yield do papel de dois anos caía, a 4,609% de 4,659% do fechamento de ontem.
Os retornos dos papéis operaram com instabilidade hoje, marcando um pico de alta após o leilão do título de dez anos ter baixa demanda pela tarde. Ao final da sessão, os rendimentos voltaram a subir com força, em meio ao noticiário de criptoativos.
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