NY: Bolsas fecham em queda após payroll, Tesla cai 9,2%, e semana termina no vermelho

Entre as ações hoje, o destaque ficou para o tombo da Tesla, que fechou em queda de 9,22%

Bolsa de Valores de Nova York - Foto: Brendan McDermid/Reuters
Bolsa de Valores de Nova York - Foto: Brendan McDermid/Reuters

Os três principais índices acionários de Wall Street terminaram a sessão desta sexta-feira no vermelho, depois de terem sido divulgados dados relativos ao mercado de trabalho nos Estados Unidos, o payroll. O indicador referente ao mês de maio mostrou que a geração de empregos continua forte no país, dando suporte para o Federal Reserve (Fed) seguir seu aperto monetário em ritmo mais rígido. Diante disso, as ações de tecnologia foram penalizadas na sessão, enquanto os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano avançaram. Na semana, as três referências terminaram em queda acumulada.

Terminado o pregão desta sexta, o índice Dow Jones caiu 1,05%, a 33.899,70 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 1,64%, a 4.108,54 pontos, e o Nasdaq perdeu 2,47%, a 12.012,73 pontos. No balanço da semana, as três referências caíram, 0,94%, 1,20% e 0,98%, respectivamente.

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Na sessão de hoje, entre os onze índices setoriais do S&P 500, os piores resultados vieram do segmento de consumo discricionário (-2,85%), tecnologia (-2,48%) e serviços da comunicação (-2,37%). Os três setores foram muito beneficiados com a política expansionista do BC americano durante a pandemia e agora estão enfraquecidos com a mudança de direção da autoridade monetária.

As gigantes americanas de tecnologia terminaram todas no vermelho, com Apple perdendo 3,86%, Google caindo 2,62%, Amazon recuando 2,52%, Microsoft e Meta retraindo 1,66% e 4,06%, respectivamente.

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Hoje, perto das 17h15, o rendimento do título de dez anos do Tesouro americano operava em alta, a 2,955%, de 2,915% da última sessão. Já o papel de dois anos tinha seu yield subindo, a 2,664%, de 2,638% do último encerramento. No mesmo horário, o dólar no exterior voltava a subir, com o índice DXY operando em alta de 0,32%, a 102,154 pontos.

“Os rendimentos dos títulos do Tesouro tiveram algum impulso ascendente nesta semana, já que os mercados já antecipam uma política monetária mais apertada do Fed em meio ao cenário de inflação persistente e sinais de desaceleração do crescimento econômico”, escreveu a corretora americana Charles Schwab, em nota.

O movimento de perda dos ativos de risco e avanço dos yields se consolidou após a divulgação do payroll de maio. Os dados mostraram uma geração de 390 mil vagas em maio, enquanto o esperado era uma criação de 328 mil postos. Como escreveu o Commerzbank, em nota, “devido à demanda persistentemente alta por trabalhadores, ainda há o risco de uma espiral no preço dos salários. São prováveis novas altas acentuadas dos juros”.

“Como sugeriu recentemente a vice-presidente do Fed, Lael Brainard, o BC americano só mudaria para um ritmo mais lento de aumentos de juros quando houvesse sinais claros de desaceleração. Isso não acontece no mercado de trabalho. Mantemos nossa projeção de que o Fed elevará as taxas de juros para 3,00% até o final do ano.”

Entre as ações hoje, o destaque ficou para o tombo da Tesla, que fechou em queda de 9,22%, após o presidente da companhia, Elon Musk, dizer estar disposto a cortar parte de sua equipe diante de um “sentimento muito ruim” sobre a economia. No início desta semana, Musk já havia dito aos funcionários para retornar ao escritório ou procurar emprego em outro lugar.

No setor aéreo, a American Airlines perdeu 7,10% na sessão, após a empresa elevar sua perspectiva de crescimento de receita, mas reduzir sua orientação de capacidade e aumentar a estimativa de custo de combustível. Isso fez com que a Delta e a United recuassem 3,65% e 2,93%, respectivamente.

Na semana, o setor com maior ganho foi o de energia, diante de um ganho semanal dos preços do petróleo de mais de 4%. Já o pior desempenho ficou com o setor de cuidados da saúde, com perdas de 3,14%.

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