‘O Brasil está de graça, o preço dos ativos está bom e o câmbio está no lugar’, diz Xavier, da SPX

O sócio-fundador da gestora diz que o cenário econômico tende a ser favorável para o país, mas pondera que a equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva precisa ser de qualidade

Rogerio Xavier, sócio-fundador da SPX — Foto: Silvia Zamboni/Valor
Rogerio Xavier, sócio-fundador da SPX — Foto: Silvia Zamboni/Valor

O preço dos ativos brasileiros está bom para investidores e o cenário econômico tende a ser favorável para o país, na visão de Rogério Xavier, sócio-fundador da SPX Capital. Para que isso realmente ocorra, a equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva precisa ser de qualidade, pondera.

“Eu acho que o Brasil está de graça, o preço (dos ativos) está bom e o câmbio está no lugar. O Brasil não tem nenhum problema e está fazendo o papel dele”, afirmou, ao participar do congresso da Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity (ABVCAP) nesta terça-feira, no Rio.

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Xavier disse que as eleições transcorreram democraticamente de maneira apropriada, e surpreendentemente calma, dada a expectativa que havia com a polarização política que foi criada. O gestor reiterou sua visão “relativamente otimista” sobre o país e acredita que Lula sabe que foi eleito pela corrente de forças que tende mais ao centro e não pela “bandeira do PT”. Se o presidente eleito quiser trabalhar somente com a esquerda, o governo estará em risco, afirmou.

Para o gestor, o ponto de partida da economia não é ruim, mas os compromissos assumidos pela frente são um problema. “O que nos ajudou nos últimos anos não nos ajudará nos seguintes, precisamos de pessoas e políticas que estejam em linha com a estratégia de tomar cuidado com a questão fiscal”, afirmou Xavier. E, segundo o executivo, o presidente eleito sabe disso. A expectativa dele é que Lula troque o “waiver” que está pedindo ao Congresso Nacional sobre o teto de gastos e por uma equipe econômica de qualidade.

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Nos últimos anos, o Brasil saiu do radar do investidor estrangeiro, por algumas afirmações infelizes do presidente Jair Bolsonaro, comentou. “Na questão da Amazônia, fundos retiraram seu apoio basicamente pela maneira como nos colocávamos. Houve retorno sob expectativa de diálogo e outra postura com relação ao meio ambiente (no novo governo)”, disse Xavier.

Para o fundador da SPX, o Brasil está “absolutamente sozinho” no universo de mercados emergentes para atrair recursos. “É só não fazermos besteira, não precisa fazer espetacularmente bem”, afirmou, acrescentando que é necessário mostrar uma trajetória sustentável da relação dívida/PIB.

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