‘Provavelmente navegaria melhor pelos ruídos se voltasse ao mercado’, diz Campos Neto
Presidente do Banco Central disse ainda que uma lição que aprendeu é olhar mais para os sinais que o mercado está dando
Ao responder a uma pergunta sobre o que faria diferente se voltasse ao mercado após a experiência no Banco Central, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, disse que provavelmente navegaria melhor pelos ruídos. “Estando deste lado você meio que vê como o bolo é assado e ver isso acho que coloca uma perspectiva diferente.” Ele participou na manhã desta segunda-feira (10) de evento promovido pela Constellation Asset Management.
O presidente do BC também disse que olharia mais para tentar antecipar as coisas de uma maneira mais longa, ressaltando que os mercados são muito focados no curto prazo.
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Do lado da política pública, Campos Neto disse que uma lição que aprendeu é olhar mais para os sinais que o mercado está dando, não lutar contra o mercado, mas entender o que significam. Além disso, entender melhor o papel das expectativas.
“Acho que as às vezes os formuladores de políticas tentam lutar muito contra as expectativas e não entendem que, fazendo isso, na verdade estão piorando as coisas. Eles precisam entender, aceitar, explicar melhor e neste sentido acho que comunicação é muito importante.”
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Questionado sobre que mensagens daria para seu sucessor, citou três. A primeira seria sobre a importância da agenda de tecnologia, a segunda seria sobre como preservar sua independência e a terceira sobre a importância de uma boa comunicação.
Campos Neto afirmou que a agenda de tecnologia provou ser muito benéfica para a sociedade e que a fase atual é apenas o começo. “Provavelmente diria que a tecnologia é um jeito mais barato de melhorar inclusão e melhorar o mercado financeiro”, disse.
No segundo ponto, o presidente do BC ressaltou que há sempre um desafio porque você está perto do governo, tem reuniões, mas precisa entender que a situação é positiva apenas enquanto há independência. Campos Neto destacou que é necessário poder dizer “não” em momento em que o governo quer fazer coisas diferentes.
Sobre o terceiro ponto, Campos Neto ressaltou que comunicação é a “chave” e que é necessário ser transparente e comunicar bem, de uma maneira que seja possível reduzir o ruído ao máximo.
Com informações do Valor Econômico