O que esperar da divulgação do CPI, dados de inflação ao consumidor nos EUA

Este será um dos dados mais importantes em setembro para os mercados financeiros

Mercado acompanha dados de inflação nos EUA (Foto: Pixabay)
Mercado acompanha dados de inflação nos EUA (Foto: Pixabay)

O principal dado de inflação para a economia norte-americana, o CPI – Índice de Preços ao Consumidor, sai logo mais às 9h30, dias antes da próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), em 20 e 21 de setembro. Veja abaixo as principais questões para os investidores.

Por que tanta expectativa pela divulgação do chamado CPI, a inflação ao consumidor, hoje nos EUA?

Este será um dos dados mais importantes em setembro para os mercados financeiros uma vez que a inflação é observada muito de perto atualmente por causa do ciclo de alta de juros pelo Fed, o BC americano. Não só a inflação provocou taxas de juros muito mais altas, como assim deve continuar acontecendo no curto prazo, já que o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou claro em um discurso no Simpósio de Jackson Hole que é improvável que as taxas recuem até que as autoridades estejam muito confiantes de que a inflação está bem sob controle.

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E o que o mercado espera para os números?

Depois da deflação observada no CPI de julho, os analistas passaram também a projetar um número negativo em agosto. O índice cheio deve cair 0,1% contra julho, ou seja, mostrar uma deflação no mês, e passar de 8,5% para 8,1% na base anual. É um bom resultado, já que mostra desaceleração dos preços. Mas temos aí um problema. O núcleo do índice, aquele que retira os itens mais voláteis, como energia e alimentos, deve traçar uma trajetória inversa, que é de alta de 5,9% para 6,1% porque apesar dos preços do petróleo terem caído recentemente, os preços de habitação continuam pressionados.

E o que representa esta alta do núcleo?

Se esta elevação da chamada “inflação subjacente” se confirmar, o Fed deve elevar novamente a taxa de juros em 0,75 ponto percentual na proxima decisão, no dia 21 de setembro. Isso porque não apenas Powell disse que o dado positivo do CPI em julho foi insuficiente para dar ao Fed confiança de que a inflação estava realmente voltando para a meta de 2%, como vários diretores do banco central americano vêm reafirmando a necessidade de não reduzir o ritmo de aperto monetário até que se tenha certeza de que a “desinflação” esteja acontecendo de fato.

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E o que esperar da reação do dólar neste cenário?

O dólar deve continuar em alta pelo menos até a próxima reunião do Fed porque nesta reunião o BC americano vai também divulgar suas novas projeções macroeconômicas e para a trajetória dos juros. Mas falando do curtíssimo prazo, o dólar abriu em queda nesta terça-feira (como operou na segunda o dia todo), pode cair mais se os dados de inflação ficarem abaixo do consenso do mercado. Isso aconteceria junto com a queda das expectativas de alta de juros colhidas nos preços dos títulos públicos negociados no mercado. Nesta manhã, os títulos mostram aposta de 84% para uma alta de 0,75 ponto para os juros (para 3-3,25%).

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