OCDE reduz PIB do Brasil para 0,8% em 2023

Entidade cita risco de recessão da economia global e baixa previsão do PIB de Brasil e Argentina

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômica (OCDE) projeta que o crescimento da economia brasileira poderá baixar de 2,5% neste ano para apenas 0,8% no ano que vem em meio à deterioração generalizada da economia mundial e o risco de recessão global.

“O crescimento anual em 2023 de Argentina, Brasil, México e África do Sul, países relativamente expostos ao ciclo econômico global e à demanda nas economias avançadas, está projetado para diminuir entre 0,5 e 1,5 ponto percentual”, diz a entidade em relatório interino sobre as perspectivas econômicas, divulgado hoje em Paris.

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O próximo presidente enfrentará um primeiro ano de mandato com a situação da economia global especialmente delicada, com uma perspectiva pessimista e que pode piorar a depender do rumo da guerra na Ucrânia. Um exemplo disso é a disparada do dólar, que atingiu patamar recorde no mundo, após um pronunciamento do presidente russo Vladmir Putin de que a Rússia poderia usar armas nucleares para a defesa de territórios conquistados e anexados na invasão do país vizinho.

Em suas novas projeções, a OCDE calcula agora que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil poderá crescer 2,5% neste ano, numa melhora de 1,9 ponto percentual em relação a estimativa publicada em junho.

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Baixas nas projeções do PIB de Brasil e Argentina

No entanto, para o ano que vem, a baixa é significativa. Em junho, sua projeção era de 1,2% de crescimento econômico no Brasil, mas a revisou agora para 0,8%.

Para a Argentina, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, a projeção é de queda do PIB de 3,6% neste ano para 0,4% no ano que vem. No México, de 2,1% para 1,5%. Na África do Sul, de 1,7% para 1,1%.

Na manhã desta segunda-feira (26), a OCDE recomendou que bancos centrais das principais economias do mundo aumentassem a taxa de juros, medida que visa combater a onda de inflação mundial sentida por economias de diversos países.

A OCDE prevê que as taxas de juros aumentem para 4,5 – 4,75% nos Estados Unidos, 4,5% no Canadá e 4,25% no Reino Unido em 2023, refletindo as pressões visíveis do mercado de trabalho nesses países, e para 3,6% na Austrália.

Crescimento da economia mundial em 2023

A economia mundial crescerá apenas 2,2% ante 3,0% neste ano. Mas a OCDE nota que as projeções estão rodeadas de uma incerteza significativa, e exemplifica que uma escassez mais severa de combustível, especialmente para o gás, poderia reduzir o crescimento na Europa em mais 1,2 ponto percentual em 2023, com o crescimento global reduzido em 0,5 ponto percentual.

Já a inflação tende a moderar. “Nas maiores economias da América Latina, Brasil e México, os bancos centrais já elevaram as taxas de juros fortemente e, combinado com um abrandamento da inflação do preço da energia, espera-se que isto traga a inflação principal para baixo substancialmente em 2023”, diz a OCDE.

A projeção é de queda da inflação no Brasil de 10,8% neste ano (1,1 ponto percentual a mais do que na estimativa de junho) para 6,6% no ano que vem (,13 ponto percentual a mais que a projeção anterior).

A Argentina e a Turquia, que têm tido taxas de inflação muito altas há algum tempo, devem continuar nesse ritmo em 2023, mesmo que a inflação média anual seja um pouco menor do que em 2022.

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