Opep+ aprova maior redução na produção de petróleo desde abril de 2020

A medida deve elevar ainda mais os preços globais e ajudar a Rússia a repor perdas financeiras causadas pela guerra na Ucrânia

(Foto: Zbynek Burival/Unsplash)
(Foto: Zbynek Burival/Unsplash)

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+), concordaram nesta quarta-feira em reduzir em dois milhões de barris por dia a produção da commodity entre os países do grupo, segundo membros da organização, o maior corte de produção desde abril de 2020.

A medida deve elevar ainda mais os preços globais e ajudar a Rússia a repor perdas financeiras causadas pela guerra na Ucrânia. A medida também deve desagradar os Estados Unidos, que são contra a redução e chegaram a pedir aumento da produção em reunião anterior da Opep+.

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A medida foi defendida pela Rússia e pela Árabia Saudita – um dos países mais influentes do grupo – e ganhou apoio dos Emirados Árabes Unidos na manhã desta quarta-feira.

A decisão pode minar o plano do G7 para limitar o preço do petróleo russo no mercado global e acontece menos de três meses depois que o presidente dos EUA, Joe Biden visitou a Arábia Saudita, líder de fato da OPEP, em uma tentativa de reparar as relações entre os países em um período de inflação crescente impulsionada em parte pelos altos preços da energia.

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O corte na produção de petróleo é o maior do grupo desde abril de 2020, sinalizando sua intenção de manter os preços altos após sete anos de um mercado relativamente moderado, disseram analistas da indústria de petróleo.

Depois de subir acima de US$ 100 por barril nos primeiros seis meses do ano devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços do petróleo caíram 32% nos últimos quatro meses devido a preocupações econômicas globais, com o petróleo Brent – referência internacional – caindo abaixo de US$ 83 por barril pela primeira vez desde janeiro deste ano.

O Brent foi negociado a US$ 91,50 por barril na manhã de quarta-feira, com o aumento da expectativa de um corte de produção.

Analistas dizem em privado que a medida seria uma grande vitória para a Rússia, que perdeu cerca de um milhão de barris por dia de produção de petróleo desde o início da guerra em fevereiro.

A Rússia enfrenta a perspectiva de um embargo para a compra de petróleo pela União Europeia a partir de dezembro e de um possível teto de preço, que ameaça reduzir ainda mais suas vendas.

O corte de produção da Opep+ limitará a perda de recursos pela Rússia, disseram delegados, que reconheceram que isso representa um esforço sem precedentes dos maiores produtores de petróleo do mundo para ajudar coletivamente a Rússia com os problemas políticos e econômicos causados ​​pela guerra na Ucrânia.

Ainda assim, os participantes disseram que seus interesses seriam bem atendidos pela decisão, aumentando a receita de que seus petroestados precisam.

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