Otan reforçará defesas no Leste Europeu e faz alerta à Rússia contra uso de armas químicas
Ajuda inclui equipamentos para detectar essas armas, assim como suporte médico e equipamentos de descontaminação
Líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordaram nesta quinta-feira em aumentar o número de tropas no Leste Europeu e fizeram um novo alerta à Rússia contra o uso de armas químicas na guerra contra a Ucrânia.
“Qualquer uso pela Rússia de uma arma química ou biológica seria inaceitável e resultaria em graves consequência”, alertou a aliança em nota após uma cúpula emergencial realizada em Bruxelas. “A Rússia precisa mostrar que leva a sério as negociações implementando imediatamente um cessar-fogo.”
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Temendo um possível ataque químico ou biológico, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que os aliados concordaram em fornecer equipamentos para ajudar a Ucrânia a se proteger.
Stoltenberg disse que a ajuda inclui equipamentos para detectar essas armas, assim como suporte médico e equipamentos de descontaminação. Além disso, a Otan ativou suas forças de defesa contra armas químicas e biológicas.
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“Estamos tomando medidas tanto para apoiar a Ucrânia, mas também para nos defender”, disse o secretário-geral da Otan, cujo mandato foi estendido pelos líderes da aliança por mais um ano.
A Otan também concordou em enviar mais grupos de batalha – conjuntos de soldados prontos para o combate – para Eslováquia, Romênia, Bulgária e Hungria, mais perto da fronteira com a Rússia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participou do encontro virtualmente e criticou a Otan por não fazer o suficiente para ajudar o país a resistir à invasão pela Rússia.
“Vocês têm pelo menos 20 mil tanques! A Ucrânia pediu que 1% de todos os seus tanques fossem entregues ou vendidos para nós! Mas ainda não temos uma resposta clara. O pior durante a guerra é não ter respostas claras para pedidos de ajuda”, desabafou Zelensky.
A Otan tem enfrentado um dilema ao fornecer armas e outros equipamentos militares à Ucrânia, já que quer evitar se envolver diretamente nos combates. Stoltenberg afirma que o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea sobre o país, por exemplo, traria grandes riscos da guerra se ampliar.
Em seu discurso na reunião, o presidente americano, Joe Biden, enfatizou a necessidade de fortalecer o flanco leste da aliança e elogiou as promessas feitas pelos governos europeus de aumentar os gastos com defesa.
O potencial uso de armas químicas foi discutido entre os líderes da Otan, que reconheceram que a aliança precisa se preparar para responder a diferentes contingências.
A liberação acidental de agentes químicos também preocupa alguns países. “Estamos preocupados com as forças de agressão russas bombardeando fábricas químicas e instalações semelhantes. Isso pode desencadear um desastre de grande escala”, disse o primeiro-ministro da Eslovênia, Janez Jansa.
A Otan também destacou a necessidade de pressionar a China a não apoiar a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia após os relatos de que Moscou pediu ajuda militar a Pequim.
Conteúdo do Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico