Paulo Guedes diz que teto de gastos foi ‘muito mal construído’

Ministro da Economia afirmou anda que pretende extinguir IPI se reforma tributária continuar

O ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Alan Santos/Presidência)
O ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Alan Santos/Presidência)

O governo está reforçando a arquitetura fiscal, disse há pouco o ministro da Economia, Paulo Guedes, no evento Brasil Export, promovido por entidades dos setores portuário e de logística.

“Acreditamos que a sustentabilidade fiscal de um lado libera essa dinâmica de crescimento pelo setor privado”, frisou.

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O teto de gastos, disse, foi “muito mal construído”. No primeiro ano, admitiu, “furamos o teto” para reduzir a participação do governo federal. Houve transferência de recursos para Estados e municípios. A medida, comentou, manteve o espírito do teto, pois reduziu o tamanho do governo federal.

“No segundo ano, furamos o teto por causa da covid”, acrescentou. “Se continuarmos no caminho da prosperidade o Brasil vai crescer 3%, 3,5%, 4% por 10 anos seguidos, já está contratado.”

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Guedes também disse há pouco que “curiosamente” estava no Fundo Monetário Internacional (FMI) quando o organismo reviu de 1,7% para 2,8% a estimativa para crescimento do Brasil este ano. “Eu disse: ‘faltam dois meses, acho que vai crescer mais um pouquinho’.”

“Lá fora, está a maior confusão”, disse. No Brasil, por sua vez, o desemprego está em queda e a atividade, em alta. Ele criticou analistas que jogam os problemas para o ano que vem, dizendo que não haverá crescimento e há uma “bomba fiscal”.

Guedes quer acabar com IPI

Ele ressaltou que, em 30 ou 40 anos, houve pela primeira vez abertura na economia. Afirmou ainda que vai acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) se a reforma tributária continuar. “Para reindustrializar o Brasil”, disse.

O país, disse, tributava o que era mais fácil. Citou como exemplos energia e combustíveis. São bases fáceis para se recolher impostos, mas a tributação é uma “tolice”, disse, pois retira competitividade do país. “Vamos reindustrializar o Brasil em cima de energia barata”, afirmou.

“Existe percepção lá fora de que o Brasil é uma potência alimentar”, disse. É uma característica que ganha importância diante do conflito entre Rússia e Ucrânia. “O Brasil tem condições de aumentar a produtividade sem derrubar uma árvore.”

Guedes disse ter ouvido secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann, que Brasil é chave para segurança energética no mundo. Citou planos de investimento de empresas europeias para investir na produção de energia no Nordeste brasileiro.

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