Payroll: Estados Unidos criam 114 mil vagas de trabalho em julho, abaixo do esperado

Desaceleração do mercado de trabalho vem após o Fed abrir caminho para um eventual corte na taxa de juros em setembro

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou na sexta-feira que a contratação caiu para 114 mil empregos no mês passado, abaixo das expectativas, de 185 mil. A taxa de desemprego subiu para 4,3% em julho, de 4,1% em junho.

A taxa de crescimento do rendimento médio por hora trabalhada recuou para 0,2% no mês passado, de 0,3% em junho, o que corresponde a uma taxa anual de 3,6% ( de 3,8% anteriores). Já a taxa de participação da força de trabalho subiu de 62,6% para 62,7%.

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Os Estados Unidos ainda estão criando empregos, mas a força do mercado de trabalho está diminuindo. Neste sentido, os números de do payroll acrescentam evidências de que ele pode estar a caminho da fraqueza, o que eleva o receio de uma recessão próxima nos EUA e coloca também pressão sobre o Federal Reserve (Fed).

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Melhores notícias sobre inflação e o desejo de evitar um aumento significativo no desemprego são duas das principais razões pelas quais o Fed abriu caminho na quarta-feira para um corte na taxa de juros em setembro.

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“Eu não gostaria de ver um esfriamento material adicional no mercado de trabalho”, disse o presidente da instituição, Jerome Powell, em sua entrevista coletiva após a reunião de política monetária do banco central.

Até certo ponto, a desaceleração na criação de empregos no mês passado pode estar refletindo os efeitos do furacão Beryl. O furacão atingiu o Texas em 8 de julho, perto do início da semana que o Departamento do Trabalho usa para suas leituras de emprego.

Após a tempestade, houve um aumento notável nas leituras semanais sobre os pedidos iniciais de seguro-desemprego registrados no Texas. Nesta semana, economistas do JPMorgan Chase estimaram que Beryl poderia reduzir a contagem de empregos de julho entre 20 mil e 30 mil com uma recuperação correspondente em agosto.

Mas outras medidas do mercado de trabalho estão dando sinais de alerta.

O ritmo de contratações diminuiu significativamente, com o Departamento do Trabalho relatando na terça-feira que a taxa de contratações – o número de contratações como parcela do total de empregos – caiu para 3,4% em junho, marcando seu nível mais baixo desde abril de 2020, quando a pandemia havia acabado de atingir a economia. Em 2019, essa taxa foi em média de 3,9%.

Ernie Tedeschi, diretor de economia do Budget Lab da Universidade de Yale, avalia que os dados recentes são consistentes com uma economia em pleno emprego – uma vez que há menos ganhos a serem obtidos do que há um ano, quando muitos empregadores ainda estavam tendo dificuldade em encontrar trabalhadores.

“Em um sentido, essa é uma história positiva”, disse ele. “Em outro sentido, deve nos deixar ainda mais atentos aos riscos envolvidos.”

Por enquanto, Tedeschi disse que não está muito preocupado. Mas se houvesse sinais de deterioração acentuada – um aumento significativo no número de pessoas que entram com pedidos de seguro-desemprego, digamos, ou uma queda na parcela de pessoas em seus melhores anos de trabalho que estão empregadas, o quadro mudaria.

Com informações do Valor Econômico

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