Petrobras faz novo alerta ao governo sobre risco de faltar diesel – país tem estoque para menos de 20 dias

Estatal já sinalizou problema há dois meses, mas não vem obtendo resposta

Fachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro — Foto: Reuters/Sergio Moraes
Fachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro — Foto: Reuters/Sergio Moraes

A Petrobras já vinha alertando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Ministro das Minas e Energia (MME) há dois meses sobre o risco de faltar diesel no Brasil. Como não obteve resposta, disse uma fonte, a estatal decidiu nessa última semana enviar ofícios de forma oficial tanto para ANP quanto para o MME.

No documento, ao qual o GLOBO teve acesso, datado da última quarta-feira, a estatal diz para ANP que “há elevado risco de desabastecimento de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre de 2022”. Uma fonte do setor lembrou que o ofício foi uma forma de exigir um posicionamento sobre o tema.

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O estoque de diesel S10, comercializado nos postos de combustíveis brasileiros, é capaz de garantir o suprimento do mercado nacional por menos de 20 dias se hoje for interrompida a produção interna do derivado e suspensa a importação. O dado consta em declaração de produtores e distribuidores de diesel apresentada à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP).

Antes de ser demitido do cargo de presidente da Petrobras, José Mauro Coelho já havia apresentado ao MME documento em que alertava para a possibilidade de falta do combustível no auge da safra de soja, se não houvesse sinalização clara de que os preços cobrados pela empresa seguirão os do mercado internacional.

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A estatal cita que a guerra na Ucrânia vem gerando uma falta do produto em todo o mundo, com estoques no nível mais baixo em dez anos na Europa e Ásia. “A Petrobras manifesta a sua preocupação e propõe ao MME e ANP que, no uso de suas atribuições e competências, avaliem ações estruturadas visando à segurança do abastecimento nacional de óleo diesel no diesel no segundo semestre de 2022”, informou o ofício.

Uma fonte da alta administração da empresa lembrou ainda que a estratégia do governo é deixar o tema em segundo plano, já que se optou por mudar o comando da estatal de forma a evitar novas altas, estimulando a importação por parte de outras empresas.

Além da Guerra na Ucrânia, com menor exportação da Rússia, a estatal cita o risco de indisponibilidade de refinarias no Golfo do México por conta da temporada de furacões. Analistas lembram ainda do início da safra e aumento da demanda no segundo semestre.

A companhia destacou ainda que haverá mais parada programada nas refinarias no segundo semestre, o que impossibilita aumento de produção de diesel e gasolina no país.

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