Redução de R$ 0,40 no diesel da Petrobras mostra defasagem ante preços internacionais, diz Itaú BBA

Petrobras diz que a redução busca equilíbrio dos preços com os mercados nacional e internacional

Sede da Petrobras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Sede da Petrobras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O anúncio de que a Petrobras reduzirá em 9% o preço do diesel a partir de quarta-feira (8) demonstra defasagem dos preços internos em relação aos preços internacionais, comenta o Itaú BBA. A Petrobras informou nesta terça (7) a redução do preço médio de venda do diesel A nas distribuidoras da empresa a partir de quarta-feira, 8 de fevereiro.

Com a mudança, o preço passará de R$ 4,50 o litro para R$ 4,10 o litro, ou seja, uma diminuição de R$ 0,40 por litro, ou decréscimo de 8,89%. A Petrobras informou ainda que com a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,69 a cada litro vendido na bomba.

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“A semana passada viu uma queda em todos os fatores de preços internacionais, o que levou os preços do diesel da Petrobras a passar de um desconto para um prêmio em comparação com os preços de paridade internacional, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom)”, diz o relatório do Itaú BBA.

Os analistas Monique Greco, Bruna Amorim e Eric de Mello destacam que, nesta semana, os preços internacionais continuaram a ter tendência de queda, elevando o prêmio à paridade para 18% para os preços do diesel, de acordo com a Abicom.

“Note-se que a Petrobras afirmou que sua metodologia de avaliação de preços de paridade de importação difere da dessas associações e, em nosso entendimento, essas diferenças metodológicas são mais significativas para a gasolina”, avaliam.

Comportamento das ações

O Itaú BBA tem recomendação neutra para as ações preferenciais da Petrobras, com preço-alvo de R$ 38 por ação, alta potencial de 48% ante o preço registrado há pouco. Para os recibos de ações (ADRs), o banco tem preço-alvo de US$ 14,50, alta de 47% sobre o atual.

Perto das 17h, as ações operavam em queda de 0,50% (PETR4) e 0,62% (PETR3).

Justificativa para o reajuste

O reajuste foi justificado pela empresa, em comunicado. A Petrobras detalhou que a redução tem como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, contemplando as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos.

Assim, a empresa comentou que, dentro desse contexto, a companhia, na formação de preços de derivados de petróleo e gás natural no mercado interno, busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente.

Espaço para redução

Uma análise feita pela consultoria StoneX no começo desta semana apontou que o preço do diesel estava R$ 0,76 acima do mercado internacional, o indicava um espaço para uma redução de 16,8% no preço da estatal brasileira.

Além do diesel, a gasolina também está acima do preço global, segundo a consultoria. A gasolina vendida pela empresa está R$ 0,38 mais cara do que a vendida no mercado internacional e, por isso, poderia sofrer uma diminuição de 11,6% até que encontrasse equilíbrio com os preços de fora.

Associações do setor corroboram a estimativa de preço acima do mercado, embora os números não sejam exatos sobre o espaço para redução no diesel e na gasolina.

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